Com condições hidrológicas favoráveis, o que favoreceu a operação das usinas hidrelétricas, e aumento das novas renováveis na matriz (solar e eólica), a geração elétrica nacional se tornou bem mais limpa nos últimos anos, apresentando queda brusca nas suas emissões totais de gases de efeito estufa. Segundo novo estudo do IEMA - Instituto de Energia e Meio Ambiente, o Sistema Interligado Nacional (SIN), incluindo todas as fontes, reduziu sua taxa de emissão global de 92 tCO2e/GWh em 2021 para quase um terço disso em 2022, ou 32 tCO2e/GWh.

A redução representa a baixa necessidade de acionamento de termelétricas, aponta o “3º Inventário de emissões atmosféricas em usinas termelétricas”, estudo lançado pelo IEMA no dia 19 de outubro. A geração das 72 termoelétricas fósseis inventariadas totalizou 31,1 TWh em 2022, contra 95,7 TWh registrados em 2021, ou seja, uma queda de 67%. E isso a despeito de a demanda nacional por energia elétrica ter crescido 3% de 2021 para 2022, o que demonstra ainda mais a ocupação das fontes renováveis na matriz durante o período.

Essas usinas termelétricas fósseis conectadas ao SIN, segundo o estudo, emitiram 19,5 milhões de toneladas de CO2e em 2022, representando redução de 65% em relação ao total emitido pelo parque fóssil do SIN em 2021. Apenas dez usinas emitiram 63% do total, sendo cinco delas a carvão mineral e outras cinco a gás natural. Quase a totalidade do CO2e inventariado (98%) foi proveniente de somente 36 plantas. Em 2022, a UTE Candiota III, no Rio Grande do Sul, se destaca como maior emissora, sendo a usina menos eficiente. Sozinha, ela é responsável por 12% das emissões.

O inventário ressalta que 23,3 TWh em 2022 foram produzidos a partir do gás natural, em 41 usinas, o que corresponde a 75% do total acompanhado. O carvão mineral foi o segundo em participação, gerando 6,9 TWh, o que representa 22% da geração fóssil. O aumento proporcional do emprego das usinas termoelétricas a carvão resultou, segundo o IEMA, em elevação de 9% na taxa de emissão média inventariada, passando de 582 tCO2e/GWh em 2021 para 637 tCO2e/GWh em 2022.

Apesar das conquistas no curto prazo, no período de comparação mais longo o estudo demonstra preocupação, ao considerar como pontual o fato de ter havido elevada geração fóssil em 2021 e consequente queda acentuada em 2022, em razão do momento atípico na geração hidrelétrica. Isso porque, pelos dados levantados, nota-se aumento consistente na utilização de termeletricidade fóssil no decorrer dos anos, principalmente a partir da década de 2010. Essa geração passou de 30,6 TWh em 2000 para 91,8 TWh em 2020, representando um aumento de 200%, resultando em uma elevação de 113% nas emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico.

O estudo completo pode ser acessado em 3º Inventário de emissões atmosféricas em usinas termelétricas - Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) (energiaeambiente.org.br)



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