A empresa de tecnologia HartBR e a EDP Brasil desenvolveram versão de baixo custo de um religador trifásico – equipamento responsável por isolar e desativar trechos de redes de energia quando há problemas. O projeto contou ainda com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp.

Instalados no alto dos postes e na entrada ou saída das linhas nas subestações, os religadores têm a função de identificar curtos-circuitos provocados na rede elétrica por eventos climáticos, como chuvas e ventanias, ou interferência de vegetação, entre outras intempéries. Quando o problema é regularizado, a rede é reenergizada automaticamente, sem a necessidade de a concessionária ter de enviar uma equipe técnica ao local. Estima-se que o uso de religadores garanta uma melhora da ordem de 70% a 80% nos indicadores de continuidade do serviço de distribuição de energia.

Os religadores tradicionais usam baterias seladas à base de chumbo ácido. “Acontece que elas precisam ser trocadas a cada dois anos e descartadas adequadamente, o que tende a gerar uma enorme complicação logística para as concessionárias”, disse  o diretor da HartBR, Celso Garcia Lellis Júnior. Por conta disso, as baterias foram substituídas por supercapacitores – dispositivos que acumulam e liberam energia de forma quase instantânea e em grandes quantidades, com vida útil equivalente à do próprio religador.

Os supercapacitores são alimentados pela própria rede elétrica e contam com sistema de suporte auxiliar composto por módulos solares, dispensando as substituições periódicas realizadas em produtos que usam baterias. Além disso, no novo equipamento o aço e as resinas bicomponente do sistema foram substituídos por polímeros de engenharia, com grande resistência a impactos e a altas temperaturas.

“Foram seis meses de pesquisas com o fabricante até conseguirmos obter uma composição polimérica adequada para a fabricação do religador”, afirma Lellis Júnior. “Conseguimos desenvolver um equipamento com longa vida útil, resistente à ação de raios ultravioleta e antichama”, completa o diretor.

O religador da HartBR conta ainda com módulos de comunicação embarcados, que possibilitam a supervisão e telecomando por meio de redes de IoT e está integrado a sistemas de supervisão e aquisição de dados (Scada), usados pelas distribuidoras para monitorar a rede elétrica. Isso, segundo a empresa, resulta em uma redução de custo de até 80%, relacionada às despesas com deslocamento de equipes a campo e compensações.

Segundo Lellis Júnior, os primeiros protótipos totalmente funcionais do novo religador foram apresentados à EDP em 2020. A empresa iniciou em dezembro de 2023 a montagem do primeiro lote de equipamentos, que serão instalados em redes elétricas aéreas de média tensão (13,8 kV).



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