A decisão do Governo Federal de substituir térmicas a óleo combustível ou diesel da matriz energética, colocando no lugar opções mais limpas, sobretudo o gás natural, já está fazendo efeito antes mesmo dos leilões previstos para as novas contratações, que por sinal foram adiados por conta da pandemia.

Em julho, o grupo finlandês Wärtsilä assinou contrato para converter para gás natural a usina termelétrica (UTE) Manauara, a óleo combustível pesado, que fica em Manaus (AM). Da Companhia Energética Manauara, cujos sócios-controladores são a Petrobras (52%) e a Global Participações (48%), a capacidade da usina vai também aumentar, dos atuais 85 MW para 92 MW, através da conversão dos cinco motores existentes de combustão dupla, também da Wärtsilä (46GD), para os modelos a gás da finlandesa (50SG). Os acessórios complementares da usina serão atualizados e o atual contrato de operação e manutenção foi renovado por mais dez anos.

O contrato de serviço tem garantias de desempenho relacionados a taxa de calor, capacidade elétrica, consumo de óleo lubrificante, consumo de peças de reposição e disponibilidade da usina, que é interligada ao Sistema Integrado Nacional (SIN). A conversão foi programada para ser totalmente entregue no início de 2022.

Além desse contrato, a Wärtsilä está no momento realizando outra conversão para gás no Amazonas, na UTE Cristiano Rocha, de 85 MW, da Rio Amazonas Energia, a óleo combustível. A programação é de que esteja convertida em 2021 para gás natural, com potência ampliada para 95,75 MW.

A ideia do governo em substituir as térmicas ineficientes a óleo diesel ou combustível, com vencimentos de contrato em 2023, contempla um leilão A-4, que antes estava programado para março de 2020. Pelo certame, que deve ser retomado no próximo ano, poderão participar usinas a gás natural para recompor os contratos das distribuidoras – provenientes dos leilões de energia nova de 2005, 2006 e 2007 – com essas usinas antigas a óleo. Daí a tendência de mais conversões no curto e médio prazo.

Segundo o diretor da Companhia Energética Manauara, Bruno Menezes, a conversão contribuirá para a redução dos gastos com energia elétrica, pois eliminará o consumo de óleo combustível pesado (OCA1) e o correspondente reembolso pela Conta Nacional de Consumo de Combustíveis (CCC) por mais dez anos.

Além disso, o uso de gás natural combustível aumentará a pegada ambiental da usina em aproximadamente 10%, representando cerca de 35 mil toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente (MTCDE) por ano, o equivalente à poluição de cerca de 7600 carros.



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