Em ritmo acelerado de crescimento, o segmento de usinas solares de geração distribuída remota, de porte até 5 MW, deve movimentar mais de R$ 10 bilhões em investimentos nos próximos dois anos, aponta o novo “Estudo Estratégico da GD Remota”, da consultoria Greener. Esse montante a ser investido equivale a um acréscimo superior a 3 GW em novas instalações implementadas em 2024 e em parte de 2025.

Atualmente, as usinas voltadas para geração compartilhada, em cooperativa, consórcios ou por meio de assinatura, e de autoconsumo remoto, com mesmo CNPJ ou CPF em unidades consumidoras na mesma distribuidora, acumulam 4,2 GW operacionais e em construção. Isso apenas desde o início da modalidade até setembro de 2023. Esse novo patamar representa salto de mais de 54% sobre os 2,3 GW registrados em 2022 também por levantamento da Greener.

De acordo com o estudo, o avanço se funda principalmente na contratação do setor de varejo pela geração compartilhada, com destaque redes de farmácias e supermercados, que respondem por 43% da demanda. Em seguida, o setor de serviços aparece como o mais importante, com 35% da demanda, incluindo aí desde bancos até empresas gestoras de GD, que criam plataformas para “negociar” assinaturas de consumo.

Já quanto aos perfis dos clientes, as pessoas físicas representam 16% do total. Trata-se de crescimento relevante nesta última pesquisa, já que na anterior esses consumidores chegaram a 7% do montante final consumido nas modalidades. Dentre os estados mais citados com usinas em operação e/ou construção, destacam-se Minas Gerais (11%), Goiás (8%) e São Paulo (7%). Em desenvolvimento e/ou prospecção de novos projetos, os estados mais citados foram São Paulo (9%), Ceará (8%), Mato Grosso (7%) e Bahia (7%).

Em consulta a 36 empresas que participaram da pesquisa entre outubro e novembro deste ano, de acordo com a Greener, o principal desafio encontrado, para 67% das entrevistadas, foi a conexão à rede. Como maneira de resolver esse imbróglio, o estudo chegou à conclusão que será necessário criar plano de ação com as distribuidoras. Outro ponto de preocupação identificado é a dificuldade no financiamento, principalmente por conta dos juros altos.

Chama a atenção no estudo também o maior interesse dos investidores em implantar usinas de geração compartilhada. No mapeamento, 92% dos entrevistados atuam nessa área (e também no autoconsumo remoto), enquanto 36% apenas focam no autoconsumo remoto, o que demonstra o interesse crescente na oferta da geração compartilhada, o que é notado nos últimos três anos, aponta a Greener.

O estudo “GD Remota 2023” pode ser baixado gratuitamente no site da Greener: https://www.greener.com.br/estudo/estudo-gdr2023/.



Mais Notícias FOTOVOLT



Micro e mini GD: CNPE estabelece diretrizes para Aneel

Resolução do conselho traz os parâmetros para agência valorar custos e benefícios da micro e minigeração distribuída no País.

09/05/2024


Solar e baterias impulsionam produção global de tecnologias limpas

Conclusão é de estudo da IEA que apontou investimentos totais de US$ 200 bilhões na produção de tecnologias de energia limpa em 2023.

09/05/2024


CELA cria unidade de negócios de M&A e project finance

Meta da consultoria é dobrar o volume de transações assessoradas no setor de renováveis.

09/05/2024