Um estudo publicado pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês) no dia 17 de fevereiro apontou que o Brasil tem potencial para crescer ainda mais na geração eólica, hoje uma das fontes que atraem mais investimentos no País. Para a entidade, seria possível, com mudanças estruturais, adicionar mais 5 GW ao ritmo atualmente projetado de crescimento até 2026.

Isso significaria, na avaliação do estudo intitulado “Aproveitando as Oportunidades de Recuperação Verde da Energia Eólica em Economias em Desenvolvimento”, que o Brasil acrescentaria mais 16 GW no período, contra 11 GW da estimativa conservadora. Ao se considerar que atualmente a potência instalada da fonte é de 21 GW, em 2026 o patamar, com as mudanças propostas, se elevaria para 37 GW.

Para chegar nessa potência, que também representaria um adicional de 575 mil empregos diretos e indiretos durante a vida útil dos parques (25 anos), o GWEC listou ações prioritárias e específicas para o Brasil mudar o rumo do ritmo dos investimentos – assim como para outras quatro economias avaliadas pelo estudo (Índia, Filipinas, México e África do Sul).

No caso brasileiro, o conselho global recomenda investimentos na infraestrutura logística do Nordeste, onde se concentra a maior parte dos parques eólicos em operação e projetados para o País. Com estradas e ferrovias precárias na região, o transporte de componentes eólicos, de grandes dimensões, como pás e naceles, é considerado um obstáculo, se não impedindo pelo menos retardando o ritmo dos investimentos.

Como segundo ponto de atenção, o GWEC destaca outro aspecto de infraestrutura: a transmissão, que ainda demandam muitos investimentos para ampliar a margem de escoamento de energia dos parques eólicos. Para o estudo, a solução desse gargalo depende da cooperação entre o MME, a EPE e o ONS.

Além disso, o estudo recomenda o estabelecimento de meta para adicionar capacidade eólica offshore no País, que recentemente ganhou decreto presidencial para dar as diretrizes para a nova fonte. O GWEC recomenda objetivos concretos visando o longo prazo (2030 ou 2040).

Por fim, o estudo recomenda revisão dos marcos legais de energia do Brasil para conciliar o mercado regulado com o desregulado, para garantir segurança jurídica, mais linhas de financiamento públicas e estreitamento da relação comercial no Mercosul, para favorecer a exportação da cadeia de fornecedores eólicos do Brasil para os países vizinhos.



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