O RCGI - Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, parceria da petroleira Shell e da Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, está desenvolvendo tecnologias de semicondutores para melhorar a produção de energia renovável e limpa. São dois projetos em paralelo: um para produzir hidrogênio verde e outro para conversão de CO2 em produtos de alto valor.

O primeiro visa utilizar a fotólise da água para a produção do hidrogênio verde. Trata-se de processo que divide a molécula de água usando luz como única fonte de energia. A pesquisa gerou a publicação, por pesquisadores do RCGI, de um artigo no periódico ACS Applied Energy Materials, da American Chemical Society (ACS), dos Estados Unidos. No estudo, os pesquisadores relatam ter conseguido aumentar em cerca de 30 vezes a produção de hidrogênio por meio da fotólise da água. Para chegar a esse resultado, a equipe primeiro inseriu um dopante, o molibdênio (Mo), na estrutura do semicondutor, no caso de titanato de estrôncio dopado com íons de molibdênio (SrTiO3). Com o dopante, o material também foi capaz de absorver luz da região do visível, que representa cerca de 43% do espectro solar. O aumento de luz potencializa a reação.

A segunda frente de pesquisa é desenvolver semicondutores para converter CO2 em outros produtos de interesse da indústria. O foco aí pode ser, por exemplo, as usinas de cana-de-açúcar, que emitem grande quantidade de CO2. A tecnologia em desenvolvimento pode converter o gás carbônico em etanol, metanol ou metano.



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