Estudo do instituto de pesquisas Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou que a Usina Hidrelétrica Belo Monte é a que menos emite gases do efeito estufa no bioma Amazônia, sendo a quinta usina mais eficiente do Brasil em taxa de intensidade de gases poluentes. Ainda como conclusão, o estudo avalia que, entre cinco e dez anos, a área alagada do empreendimento apresente progressivamente emissões ainda menores. No reservatório, a decomposição da matéria orgânica que sobra e do carbono presente no solo ocasiona a formação de gás carbônico e metano. 

Para obter os resultados, os pesquisadores da Coppe fizeram trabalho de campo durante três anos, analisando amostras em seis campanhas de medição, em 45 pontos diferentes da Bacia do Xingu e do reservatório, no Pará, onde a usina está instalada. Os cientistas cruzaram os resultados das medições de gases de efeito estufa com o estudo do ciclo do carbono em reservatórios de hidrelétricas.

“Belo Monte é um projeto com reservatório pequeno, produz uma quantidade de energia enorme. A unidade de comparação da emissão de gases de efeito estufa precisa estar relacionada com a energia gerada. Os resultados obtidos mostram que Belo Monte tem um indicador de intensidade de emissões de CO2 muito baixo e níveis similares de emissões em comparação a outras fontes de energias renováveis, como eólica e solar. Tenho segurança em dizer que Belo Monte é um projeto muito bom sob as óticas do setor elétrico e ambiental”, disse o professor da Coppe e coordenador da pesquisa, Marco Aurélio dos Santos.

O estudo, sob o título “Desenvolvimento de Metodologia para o Cálculo das Emissões de Gases de Efeito Estufa no Reservatório da UHE Belo Monte”, usou como base o índice de intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE), métrica estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), organização científica criada pelas Nações Unidas para avaliar os riscos das mudanças climáticas.

Para calcular o índice, é necessário medir a quantidade de CO2 ou outros gases de efeito estufa emitidos pela fonte de energia durante um determinado período. Em seguida, essa quantidade é dividida pela energia produzida. O resultado expressa a quantidade de gases de efeito estufa emitidos, permite comparar diferentes fontes de energia e determinar o impacto ambiental de cada uma delas.

 

Foto: Roney Santana



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