Cinco associações do setor elétrico lançaram uma nota conjunta para apoiar a inclusão dos sistemas de armazenamento de energia com baterias no segundo leilão de reserva de capacidade em forma de potência, marcado para agosto deste ano. O documento é assinado pelas entidades representantes do setor eólico (Abeeólica), solar (Absolar), da indústria eletroeletrônica (Abinee) e da própria indústria de armazenamento (Absae e Abaque).
A iniciativa é uma antecipação de contribuição que as entidades pretendem fazer à Consulta Pública 160/2024, que está aberta até o dia 26 de abril para avaliar a minuta do edital do leilão. A proposta das associações é que seja criado novo produto para permitir a participação das baterias instaladas em parques eólicos e solares, que poderiam ser despacháveis para necessidades de reserva do Operador Nacional do Sistema Elétrico em períodos de 1 a 4 horas. O edital em consulta tem apenas três produtos, sendo dois para termoelétricas e um para hidrelétricas.
Para embasar a posição, as associações recordam avaliação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que recomenda a participação de novas tecnologias de baixo carbono para a reserva de capacidade, o que inclui, além das baterias, biogás, biomassa e hidrogênio verde. O primeiro leilão de reserva de capacidade, em 2021, contratou apenas usinas termoelétricas a gás natural, óleo combustível e apenas uma a biomassa, em um total de 5,1 GW.
O documento aponta ainda que as soluções de armazenamento, em conjunto com parques solares e eólicos, poderiam se compatibilizar com as demandas de despacho de curto período apontadas em estudos da EPE. Segundo a nota, a tecnologia de armazenamento nas usinas poderia reduzir ainda as perdas de energia em horários de excesso de geração, o que ocorre, no caso das solares, por volta das 13h, e em eólicas, durante a madrugada, para transferência em momentos de maior carga.
A nota também ressalta que não há barreiras regulatórias para o uso dos sistemas conjugados, já que seria possível incidir a regulação vigente para a geração renovável para os novos formatos com as baterias. O comentário sobre a questão regulatória responde a uma observação contida na consulta pública que aponta os sistemas de baterias ainda carentes de marco regulatório.
Por fim, as associações observam que a tecnologia de armazenamento tem reduzido seu custo de forma constante, com queda de 50% registrada nos últimos dois anos em todo o mundo. Outras observações dizem respeito ao fato de a solução já estar presente no Brasil, com fabricantes e alguns casos de instalação, e globalmente de forma ainda mais relevante, com mais de 30 GW em novos projetos implantados anualmente, dos quais 21 GW instalados na China, 8 GW nos Estados Unidos e mais de 8 GW na Europa.
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