A Copel e o Simepar - Sistema Meteorológico do Paraná estão na fase final do desenvolvimento de uma tecnologia que faz uso de inteligência artificial para prever impactos de temporais no fornecimento de energia elétrica para os clientes da distribuidora paranaense. A solução, segundo comunicado, se alimenta com o histórico de informações das intempéries climáticas captadas pelas estações, satélites e radares meteorológicos do Simepar em todas as regiões paranaenses.

Na etapa seguinte, a tecnologia faz o cruzamento das informações com os registros de desligamentos da rede da Copel dos últimos anos. A expectativa é que o sistema esteja pronto até o início do próximo período de chuvas, que começa em outubro.

Os registros foram divididos em 19 categorias distintas de danos na rede elétrica causados por intempéries. Segundo a Copel, o objetivo é calcular o número aproximado de consumidores que podem ser afetados por uma tempestade e, assim, agir preventivamente, na estratégia e no planejamento de atividades das equipes da distribuidora para o restabelecimento da energia.

Desde 2019, o número de tempestades no Paraná cresceu de maneira inédita, muito provavelmente por conta da chamada mudança climática, saltando de 12 temporais naquele ano para 24 em 2023. Somente entre outubro e dezembro do ano passado, o estado foi atingido por 15 tempestades de grandes proporções ao longo de 12 semanas. Em algumas semanas o Paraná sofreu com mais de um evento climático severo. Nos últimos anos, a incidência de raios também aumentou. Em 2021, foram registrados 406.922 raios no Paraná e, em 2023, 1.064.405, um crescimento de 161%, segundo o Simepar.

Para aprender os padrões das tempestades e indicar onde e como elas podem provocar desligamentos, o sistema de inteligência artificial processa informações sobre diferentes variáveis climáticas e estima potenciais impactos na rede elétrica. De um lado entram informações sobre rajadas de ventos, raios e intensidade das chuvas. De outro, saem as estimativas sobre os desligamentos e as diferentes causas, como possíveis rompimentos de cabos, avarias em postes e queima de equipamentos.

O sistema faz parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) estruturado pela Copel em conjunto com o Simepar. Ao todo, a companhia está investindo R$ 10,89 milhões, recursos aplicados em duas etapas. Na primeira fase, realizada entre 2020 e 2022, representantes das duas instituições desenvolveram o sistema baseado em inteligência artificial para classificação automática de risco de desligamentos.

Já em novembro de 2023, começou a segunda etapa do projeto, em que o sistema passou a ser testado de fato, com a análise de desempenho para preparar a tecnologia para operação com informações em tempo real sobre as interrupções de fornecimento de energia e alertas de descargas atmosféricas.



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