A qualidade de um produto é um dos principais propulsores para a construção da boa reputação de uma marca no mercado. No entanto, o reconhecimento da qualidade de uma marca envolve aspectos que ultrapassam o atendimento e conformidade aos requisitos técnicos, compreendendo conceitos subjetivos, relacionados às percepções dos consumidores. Portanto, estar na mente dos usuários como a melhor opção de compra é um desafio para as empresas, define o poder de uma marca e influencia a competitividade das companhias. Com o propósito de identificar quais as marcas de materiais e equipamentos utilizados em instalações elétricas mais associadas ao conceito de qualidade pelos profissionais da área elétrica -- que são considerados formadores de opinião nesse segmento, pois lidam no dia a dia com tais produtos, escolhendo ou no mínimo influenciando a decisão de compra desses itens --, a revista Eletricidade Moderna realiza há mais de 40 anos a pesquisa “Prêmio Qualidade”.
O ponto de partida para o levantamento foi o envio a engenheiros, técnicos, tecnólogos e eletricistas do cadastro do EM (veja perfil dos respondentes, como formação, áreas e região geográfica de atuação, entre outras, aqui ) de um questionário contendo uma relação de 62 produtos e a pergunta: “Qual é, em sua opinião, a marca de melhor qualidade de cada um dos produtos listados?”. Vale destacar que o questionário não continha estímulos de qualquer natureza, tais como lista de opções ou sugestões de nomes. As manifestações foram absolutamente espontâneas.
Depois de coletados, os dados foram processados e compilados em forma de tabelas, uma para cada produto pesquisado (o levantamento inclui equipamentos de média tensão e produtos voltados a instalações de baixa tensão e iluminação, como conectores, relés, religadores, eletrocentros, grupos geradores, barramentos blindados, canaletas metálicas e plásticas para instalação aparente, entre outros). Os volumes de indicações obtidos pelas marcas em 2023 e também em 2022 são dispostos lado a lado nas tabelas, possibilitando ao leitor avaliar a evolução das marcas no conceito do consumidor especializado de um ano para outro.
Cada tabela tem um universo específico, isto é, o número de questionários, dentre o total de recebidos, com indicações para o produto em questão, pois os consultados foram orientados a responder apenas sobre os itens da lista com os quais tivessem experiência real, no uso ou na especificação. Desta forma, os volumes de indicações recebidas pelas marcas são dados em porcentagem dos respectivos universos.
No caso em que os consultados indicaram mais de uma marca para um mesmo produto, todas foram consideradas. Por isso que, em algumas tabelas, a soma dos percentuais de todas as marcas listadas pode ser maior do que 100%. Por outro lado, há casos em que nem todas as marcas citadas figuram nas tabelas, haja vista que foram excluídas da apresentação as que não obtiveram no mínimo 2% das indicações do universo respectivo, o que implica soma dos percentuais de indicações menor do que 100%. Vale destacar ainda que em alguns itens houve empates entre duas ou mais marcas na primeira colocação.
Foram recebidas respostas de 449 profissionais de eletricidade, que atuam em empresas de todas as atividades (indústrias, comércios, órgãos e empresas de administração pública, companhias de energia elétrica, etc.) como usuários finais, sendo responsáveis pela manutenção e/ou operação dos sistemas elétricos nesses locais, ou como especificadores em empresas de serviços técnicos especializados (projetos, consultoria, montagens e manutenção).
Além de identificar quais as marcas de materiais e equipamentos utilizados em instalações elétricas são mais associadas ao conceito de qualidade pelos profissionais de eletricidade, a pesquisa “Prêmio Qualidade” fornece ainda informações adicionais, como os produtos de uso mais difundido entre os profissionais consultados (tabela I) e as dez marcas mais indicadas no universo total (tabela II).
Balanço e perspectivas do mercado de material elétrico
Depois de dois anos (2020 e 2021) de vendas aquecidas pelas pequenas obras e reformas, estimuladas pelo home office, a área de material elétrico de instalação ficou praticamente estável em 2022, segundo levantamento da Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. O segmento faturou R$ 12 870 milhões em 2022, o que representa crescimento nominal de 5% na comparação com 2021 (R$ 12 213 milhões) e queda de 1% se descontada a inflação do setor projetada em 6%.
Os destaques da área foram os aumentos das vendas externas, que apresentaram acréscimo de 55%, influenciadas pelas exportações de disjuntores. O segmento de material elétrico de instalação faturou US$ 99 milhões em 2022 com as exportações ante US$ 64 milhões registrados em 2021. Já as importações do segmento somaram US$ 880 milhões, o que representa aumento de 8% em relação a 2021 (US$ 810 milhões).
Em 2023, a previsão é de que a área de material elétrico de instalação registre elevação no faturamento de 9%, com crescimento real de 4%, deflacionado pelo IPP do setor eletroeletrônico projetado em 5% para o período. O segmento deve faturar R$ 14067 milhões.