Em parceria com o Exército Brasileiro, a Itaipu Binacional colocou em operação na Amazônia, em 30 de setembro, um sistema isolado autônomo de energia que utiliza uma miniusina solar fotovoltaica de 180 kWp com 63 módulos, apoiada por controle e monitoramento a distância e conjugada a um sistema de armazenamento de energia com 12 baterias de sódio.

Instalado junto ao Pelotão Especial de Fronteira do Exército em Tunuí-Cachoeira, distrito de São Gabriel Cachoeira (AM), próximo da fronteira com a Colômbia, o sistema suprirá de energia, além dos 60 militares e de seus familiares, um grupo indígena da etnia Baniwa de 200 pessoas, além da iluminação pública, prédios públicos e comércios do vilarejo.

O sistema é híbrido bidirecional, ou seja, durante o dia a energia gerada no painel fotovoltaico alimenta a rede e o excedente carrega a bateria; à noite, quando não há luz solar, a bateria abastece a rede. Um gerador a diesel será mantido para funcionar apenas como backup.

O projeto começou a ser desenvolvido pela Itaipu em 2014, dentro de plano de criar segurança energética a comunidades isoladas do País, que não são atendidas pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), a partir de fontes renováveis. Em 2016, uma unidade de demonstração foi instalada no Quartel General do Exército, em Brasília e, em 2018, os equipamentos foram levados para Tunuí-Cachoeira e chegaram a funcionar por cerca de dois meses. Mas depois apresentaram problemas técnicos e ficaram fora de operação.

Com o apoio do Exército, os técnicos de Itaipu corrigiram os problemas e religaram agora o abastecimento da comunidade. A expectativa é de que a energia solar gerada atenda a demanda local, substituindo gradativamente a geração a diesel. Além do aspecto ambiental, previsão é de economia: o valor do óleo diesel que alimenta o gerador é encarecido na Amazônia pelos custos do transporte, feito de balsa, levando dez dias de Manaus a Tunuí, ao custo de R$ 45,00 o litro.

Antes do sistema, o diesel conseguia suprir apenas o pelotão do Exército por oito horas por dia. Com o sistema, o pelotão tem energia 24 horas por dia e a comunidade passou a ter energia das 8h às 24h. Com base na atual demanda de energia, estima-se que o sistema evite o consumo anual de 98,55 mil litros de diesel e a consequente emissão de 256,2 toneladas de CO2 (quantidade que necessitaria do plantio de 1790 árvores para ser absorvida).



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