A Atlas Renewable Energy, do fundo de private equity britânico Actis, obteve empréstimo de US$ 67 milhões do BID Invest, filial independente do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento e do DNB Bank ASA, da Noruega, para financiar a construção da usina solar Jacarandá, de 187 MWp, em Juazeiro, na Bahia. Segundo a empresa, trata-se do primeiro projeto solar do país totalmente financiado em dólares.

Além de contar com aporte do próprio banco, o empréstimo tem recursos também de dois fundos administrados pelo BID Invest: o Clean Technology Fund e o Canadian Climate Fund for the Private Sector in the Americas - Phase II. Também para sua viabilização, o projeto firmou um contrato de compra de energia (PPA) de 15 anos com a indústria química norte-americana Dow, que usará parte da energia gerada em sua unidade fabril em Aratu, na Bahia.

A usina, com mais de 450 mil módulos fotovoltaicos bifaciais, mais eficientes, deve gerar 440 GWh por ano. Para a Dow, que no Brasil também conta com uma usina de cogeração a biomassa de eucalipto em Aratu, da ERB, de 12 MW, a ideia é suprir 750 MW de sua demanda de energia a partir de fontes renováveis até 2025, como parte de sua meta de reduzir as emissões anuais de carbono em 15% entre 2020 e 2030. A estruturação do projeto em dólares americanos, segundo a Atlas, vai assegurar mais garantia no preço de energia no PPA para a Dow.

Uma facilidade do projeto será a conexão à subestação digital instada na usina solar Engenheiro Manoel de Andrade, também da Atlas, adjacente à Jacarandá.

A Atlas conta com quatro usinas solares já em operação no Brasil: na Bahia, a Eng. Manoel de Andrade, de 167 MWp, a São Pedro, de 67,1 MWp, e a Sertão Solar Barreiras, de 112 MWp, e a Sol do Futuro, no Ceará, de 81 MWp. A empresa tem um portfólio atual de 2 GW de projetos contratados em fases de desenvolvimento na América Latina, sendo 1,2 GW no Brasil, e pretende expandir em mais 4 GW nos próximos anos.

Como parte do acordo para ter acesso aos fundos do banco multilateral, a Atlas se comprometeu com ações de diversidade no projeto. Para isso, contatou ONGs e autoridades locais para fornecer treinamento em áreas especializadas para mulheres da comunidade, para quadruplicar a força de trabalho feminina em projetos solares. Da mesma forma, a empresa priorizará afrodescendentes e minorias no processo de contratação.



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