A startup Move Eletromobilidade, de Florianópolis (SC), recebeu o prêmio EDF Pulse Brasil na categoria Smart City, que reconhece soluções inteligentes para as cidades. O projeto de inovação da Move, desenvolvido desde 2018 a partir de um programa de aceleração de startups da AES Brasil e por projeto P&D-Aneel da mesma companhia, envolve software de controle e gestão de carregadores inteligentes de veículos elétricos.
A solução se baseia em aplicativo para celular e plataforma online que atende as necessidades tanto dos proprietários de veículos como dos gestores dos carregadores inteligentes. No primeiro caso, por meio do aplicativo, o condutor consegue, em mapa geolocalizado, identificar todos os pontos de eletrocarga disponíveis em sua região. Além disso, o sistema mostra o status de cada carregador, apontando se ele está disponível ou não para a recarga.
Segundo o fundador da Move, Rafael Cunha, o condutor pode reservar o carregador no aplicativo, evitando o risco de chegar no local e ter outro veículo abastecendo. “Não é como um carro a combustão, que leva minutos para abastecer, os elétricos são carregados em algumas horas”, disse à FotoVolt. Com o comando digital de reserva, o conector do ponto de eletrocarga fica bloqueado e apenas o proprietário que agendou o abastecimento do veículo consegue desbloqueá-lo.
Faz parte ainda das funcionalidades do aplicativo o acompanhamento em tempo real da recarga, com dados sobre o status de carregamento e o valor que será cobrado pelo eletroposto. É possível também para o condutor ter acesso a várias estatísticas, como a economia de carbono emitido na atmosfera, o número de vezes que o veículo foi carregado e o total de energia já consumido.
Já para os gestores dos carregadores, a Move criou uma plataforma web para controlar a rede de eletropostos. Além de permitir o acompanhamento do uso dos carregadores, com todas as informações em tempo real, a plataforma tem o mérito de evitar problemas técnicos, já que é possível ao gestor corrigir falhas com comandos remotos de reset, por exemplo.
A gestão inteligente permite ainda a inibição de sobrecargas na rede. Caso vários carregadores, cuja potência média mais comum é de 7,6 kW, estejam ligados em uma mesma unidade consumidora, o risco de queda de energia ou mesmo de ultrapassagem da demanda contratada (punida com multas) pode ser evitado remotamente pela plataforma da Move. “O software consegue mandar informação para que os carregadores operem com potência menor”, explicou Cunha.
Essa mesma inteligência da plataforma também será importante para integrar, no médio ou longo prazo, os carregadores com microrredes, que contemplem, por exemplo, sistemas de geração distribuída e baterias. Isso porque, por meio da interface de programação de aplicações (API, na sigla inglês), o software poderá transmitir as informações coletadas dos carregadores para gerir melhor as redes, evitando sobrecargas por conta do uso concomitante de eletropostos. “Seria possível, por exemplo, despachar a melhor fonte para o horário de pico, caso haja necessidade”, disse Cunha.
Participando de um segundo projeto de P&D-Aneel da AES Brasil, da chamada pública 22 voltada para promover a eletromobilidade no país, a Move já conta com 40 carregadores cadastrados na plataforma e, até o fim do ano, a expectativa é chegar a 320, parte deles em projetos de fabricantes de carregadores, empresas de serviços e da própria AES.
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