O governo boliviano está implementando um programa para priorizar nos próximos anos a exploração de suas reservas de lítio. A estratégia foi anunciada no fim de abril pelo presidente do país, Luis Arce, e faz parte de uma agenda com ações programadas para o período de 2021-2025.

Um ponto central da nova estratégia será a difusão da tecnologia de extração direta (ELD), considerada mais eficiente. Pelo processo, o lítio é separado de íons de potássio, sódio, cálcio, magnésio e sulfato encontrados nas salmouras bolivianas. Recentemente, a convite do governo do país, empresas testaram a tecnologia nas reservas de salmoura das regiões de Uyuni, Coipasa e Pastos Grandes.

A Bolívia conta com as maiores reservas de lítio do mundo, estimadas em 21 milhões de toneladas. A maioria se encontra no sal de Uyuni, na região dos Andes de Potosí, mas também nos depósitos de Pastos Grandes e, por fim, em Coipasa, na fronteira com o Chile. A expectativa é de que a tecnologia ELD, além de causar menor impacto ambiental nessas regiões, também permita maior produtividade na produção de carbonato de lítio e outros derivados.

O anúncio do Executivo boliviano é visto como uma promessa de retomada no processo de desenvolvimento da indústria do lítio no país, onde há muitos projetos paralisados por conta de uma série de conflitos políticos intensificados a partir de 2019.

A Bolívia tem em operação plantas de industrialização de sal, cloreto de potássio e uma planta piloto de carbonato de lítio que serve de experimento para a construção de outra em escala real, com capacidade para 15 mil t/ano. Além disso, há outra unidade piloto de materiais de cátodo e para breve está prevista a inauguração de fábrica de baterias de íons de lítio e um centro de pesquisa e tecnologia em Potosí.



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