O grupo Interalli e a Canadian Solar foram autorizados pela Aneel, no fim de maio, com outorga de concessão de 35 anos, para começar o projeto do complexo solar fotovoltaico Marangatu, de 360 MW, no município de Brasileira, no Piauí. O projeto foi negociado em novembro de 2020 no leilão de Furnas, que pela primeira vez realizou certame de compra de longo prazo de energia incentivada de novos empreendimentos de fontes eólica e solar para o mercado livre. Marangatu é um dos 15 empreendimentos contratados com prazo de 15 anos por Furnas, para comercialização a partir de janeiro de 2024. As empresas não revelam o valor do investimento e nem o preço da energia negociada no contrato.
A construção, segundo explicou o diretor da Interalli, Fabrício Fumagalli, será iniciada assim que a licença ambiental de instalação for emitida, o que deve ocorrer até o fim primeiro semestre de 2022. A previsão é de que comissionamento e início de operação aconteçam já em outubro de 2023. A Canadian Solar vai realizar as obras e fornecer equipamentos para o empreendimento. A Interalli é a responsável pelo desenvolvimento do projeto do complexo, que será instalado em área de 1500 hectares de sua propriedade. A empresa atua em infraestrutura portuária, operação de grãos e líquidos, energia e agronegócio.
O grupo Interalli, além da área para o complexo Marangatu, também adquiriu 1300 hectares na mesma região para outro complexo, o Carnaúba, composto por nove parques solares com capacidade instalada prevista de 392 MW, e ainda para o chamado complexo fotovoltaico de Brasileira, mais 800 hectares, onde serão construídos mais seis parques com potência total instalada de 232 MW. Segundo Fumagalli, a empresa levou cerca de três anos para desenvolver os projetos e adquirir as áreas, o que foi vantajoso por evitar processos de arrendamento de terras, que muitas vezes envolvem situações conflituosas e complicadas no ponto de vista fundiário. No total, a empresa adquiriu 4 mil hectares no Piauí apenas para os parques solares dessa primeira fase de investimentos, que chegam a quase 1 GW.
Esses dois novos complexos devem ter estruturações definidas até dezembro de 2021, quando devem sair suas outorgas, e podem tanto ser totalmente voltados para o mercado livre de energia como negociados no ACR (provavelmente parte dele, em garantia física mínima, para garantir conexão na rede) no leilão de energia nova A-5, previsto para 30 de setembro deste ano. Além dos grandes projetos solares, a Interalli também tem os de duas UFVs de geração distribuída em Minas Gerais, de 5 MW cada, em Nanuque e Cássia, que devem entrar em operação até meados de 2022.
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