Pela primeira vez, segundo análise setorial divulgada pela BNEF - Bloomberg News Energy Finance, a fonte solar vai agregar mais de 200 GW de capacidade nova anual no mundo. A expectativa para 2022 é de um acréscimo médio de 228 GW, em uma faixa de crescimento que deve variar entre 204 GW e 252 GW de novas instalações.

Para a consultoria, porém, não é impossível essa marca tenha sido ultrapassada já em 2021, cujo cenário médio do prognóstico era de crescimento de 183 GW (em faixa que vai de 171 GW a 199 GW). A possibilidade leva em conta a manutenção dos preços altos dos módulos solares fotovoltaicos ao longo do quarto trimestre de 2021, o que evidenciou alta demanda para novas usinas.

Apesar da previsão de mais crescimento na demanda, a BNEF prevê queda nos preços dos módulos em 2022, mas aí por conta de aumento na oferta, com acréscimo de 39% na produção de polissilício pelos principais fabricantes, que devem fazer a capacidade total atender a até 300 GW de produtos solares de silício no ano. O alívio na oferta deve reduzir o preço do silício de US$ 32/kg, registrado em dezembro de 2021, para US$ 20 a US$ 25/kg no segundo semestre de 2022.

Também por conta da difusão no uso de módulos produzidos com wafers com comprimento lateral de 182 mm e 210 mm, mais eficientes, o estudo prevê mais uma redução do preço dos módulos no segundo semestre, entre 11% e 15%, o equivalente a US$ 0,1/W.

Ainda como prognósticos para o ano, a BNEF projeta um recorde de instalações de sistemas fotovoltaicos residenciais na China, acima de 20 GW, em razão de aumentos nos preços de energia no país de até 20% no segundo semestre de 2021, provocados pela alta nos custos do carvão das termelétricas. Outra tendências apontada é o aumento na assinatura de PPAs de energia solar na Europa: a consultoria identificou 13,1 GW de contratos que devem entrar em operação a partir de 2022 até 2025.

Por fim, a análise destaca que em 2022 começarão a ser produzidas em escala comercial novas tecnologias de células solares, como a de contato passivado de túnel de óxido (TopCon) e de heterojunção. As novas fábricas devem chegar a uma capacidade superior a 10 GW anuais e se somam ao atual volume de produção acima de 400 GW anuais das células padrão PERC.



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