As empresas norueguesas Statkraft e Aker Clean Hydrogen e a alemã Sowitec fecharam acordo de colaboração para explorar conjuntamente oportunidades de produção de hidrogênio verde e amônia verde no Brasil.
A ideia inicial é desenvolver projetos integrados no estado da Bahia. A intenção dos grupos é erguer projeto híbrido em larga escala, que combinará geração de energia solar e eólica, produção de hidrogênio e de amônia. O hidrogênio verde é produzido a partir da eletrólise da água, processo que utiliza muita eletricidade. Já a amônia é sintetizada a partir de reação química do hidrogênio com nitrogênio, que a torna líquida. Nessa forma, a amônia pode ser exportada e restaurada para hidrogênio no destino, ou então comercializada para uso industrial.
O acordo utilizará o know-how da Statkraft como desenvolvedora e geradora de energia renovável (a empresa tem parques eólicos e usinas hidrelétricas em operação no Brasil) e a capacitação em desenvolvimento também de projetos eólicos e solares da Sowitec. Já a Aker Clean Hydrogen é produtora integrada de hidrogênio, amônia e metanol. Além de terem a meta de escoar via exportação o hidrogênio verde para uso como combustível, em forma de amônia líquida, as empresas querem aproveitar comercialmente o uso da amônia como intermediário de fertilizantes no Brasil, já que o país ainda é dependente da importação nesse segmento. Apesar de ser o quarto maior consumidor mundial de fertilizantes, respondendo por 8% da demanda global, o Brasil importa mais de 80% de seu consumo.
Além do alto potencial de geração de energia solar e eólica, a escolha da Bahia para o investimento, por sinal, também tem a ver com o fato de o estado ter forte produção agrícola, dependente de fertilizantes. Segundo as empresas, o projeto está previsto para ser operacional até 2027.
“Estamos entusiasmados em unir forças com a Statkraft para acelerar a transição de soluções cinza [à base de combustíveis fósseis] para verde no Brasil", disse o diretor executivo da Aker Clean Hydrogen, Knut Nyborg. Já a Statkraft, segundo o presidente da empresa no Brasil, Fernando De Lapuerta, enxerga o hidrogênio verde como parte de sua missão de fornecer energia limpa e acelerar a transição energética. “O Brasil tem grande potencial para se tornar uma referência mundial com sua matriz limpa e recursos abundantes e nós queremos participar desse crescimento”, destacou.
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