O último relatório sobre energias renováveis da AIE - Agência Internacional de Energia, o Renewable Energy Market Update,  divulgado neste mês,  aponta que entrarão em operação no mundo 320 GW em energia renovável em 2022, o equivalente à demanda anual da Alemanha e 8% acima do recorde anterior de entrada de nova capacidade, registrado em 2021, de 295 GW. Para o estudo, a  China será responsável por 45% da potência a ser instalada, com 140 GW, média que deve se manter também em 2023.

Desse total, a fonte solar fotovoltaica deverá responder, de acordo com o prognóstico da agência, por aproximadamente 60% do crescimento no ano, com 190 GW, cerca de 25% a mais do que 2021, sendo seguida em importância pela fonte eólica e pela hídrica. A previsão de liderança de desempenho da solar, aliás, deve se manter em 2023, segundo o relatório, quando seu crescimento anual deve atingir 200 GW, um novo recorde.

Para o Brasil, a expectativa do relatório é de crescimento de 9 GW em solar FV em 2022, outro recorde, superando o anterior, de 2021, quando foram agregados 5,3 GW. Mas a tendência é de queda no acréscimo de nova capacidade da fonte em 2023, por causa do início da redução dos descontos para a geração distribuída no próximo ano. Por conta disso, a agência prevê 6,7 GW de nova capacidade solar no Brasil em 2023. Contando todas a renováveis, a previsão da agência é a de que o País acrescente 11,8 GW em 2022 e 11,1 GW em 2023.

Para a AIE, no geral, o crescimento expressivo das renováveis tem a ver com as preocupações dos países com a mudança climática, o que tem incentivado a adoção pelas renováveis, e também se explica pela busca por segurança energética e por melhores preços de energia, situação que foi agravada neste ano com a guerra da Ucrânia, mas também ainda por conta da pandemia. Além de renováveis, as fontes solar e eólica, principalmente, se destacam pelos baixos custos de geração.

Apesar da previsão de crescimento recorde, a AIE chama a atenção para a possibilidade da permanência dos riscos da cadeia de suprimentos e, em específico, para os altos custos dos módulos solares fotovoltaicos. A agência prevê preços altos das commodities e dos fretes em 2022. Como exemplos, até março deste ano, segundo o relatório, o preço do polissilício grau fotovoltaico havia mais do que quadruplicado, do aço aumentado em 50% e do cobre em 70%.

Mas, mesmo com esse cenário crítico de suprimento mais presente no ano passado, as adições de novas capacidades em 2021 de energia solar na China e na Europa, principalmente na Espanha, França, Polônia e Alemanha, superaram as expectativas iniciais da agência e tornaram os investimentos recordes. No ano passado, o acréscimo em renováveis no mundo foi de 6%, sendo que a previsão da AIE era de crescimento de 3% em 2021 sobre o ano anterior.

"Os desenvolvimentos do mercado de energia nos últimos meses,  especialmente na Europa, provaram mais uma vez o papel essencial das renováveis na melhoria da segurança energética, além de sua eficácia bem estabelecida na redução de emissões", disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol. Além da China e Europa, a América Latina também foi outro destaque nas novas adições de capacidade renovável em 2021, o que deve se repetir neste ano.

O relatório pode ser lido/baixado no endereço https://www.iea.org/reports/renewable-energy-market-update-may-2022/renewable-electricity.



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