De 2018 a junho de 2022, os contratos de compra e venda de energia solar de longo prazo, ou PPAs (power purchase agreements) acumularam 11,2 GWp no mercado livre, volume correspondente a um investimento de R$ 43 bilhões. Desse montante, 5,7 GWp já estão em andamento e/ou operação. A cadeia de fornecimento também apresentou avanço, fechando 4,3 GWp de contratos de módulos em 12 meses. Os números foram apresentados pela Greener, empresa de pesquisa e consultoria especializada no mercado de energia solar fotovoltaica, no Greener Business Summit 2022, evento realizado pela empresa em São Paulo de 5 a 7 de julho.
De acordo com o estudo da Greener, mineração, química e serviços, siderurgia e metalurgia são os segmentos que mais têm demandado contratos de energia solar. Os empreendimentos de geração remota também devem contribuir para a expansão do mercado, incentivados pelas mudanças regulatórias para atender modelos de energia por assinatura, conhecida como geração compartilhada, o que deve atrair importante volume de investimentos neste ano e em 2023. “Nos últimos meses, em decorrência do cenário econômico global e do país, o ritmo de expansão caiu ligeiramente, mas a expectativa é de que ele rapidamente recupere o vigor”, observou Marcio Takata, diretor da Greener.
Integrada ao debate sobre energias renováveis, a mobilidade elétrica foi tema no Greener Business Summit de um painel sobre investimentos e novos modelos de negócios. Só no primeiro semestre, a venda de veículos elétricos cresceu 50% no país, somando-se ao esforço global para a transição energética, conforme indicou Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que mediou a mesa que contou com as participações de Thiago Hipolito, diretor de operações e inovação da 99 App, e Carlos Roma, CCO da TB Green, que apontaram a demanda por infraestrutura de recarga e a criação de fundos de financiamento de veículos como oportunidades para empreendedores e investidores que desejam apostar no mercado de eletromobilidade.
O papel das “enertechs” (startups de energia) na criação de soluções inovadoras para os desafios do setor solar também foi tema de debate, contemplando oportunidades para essas empresas suprirem necessidades do mercado em serviços como geração compartilhada, digitalização de processos e medição, entre outras fatias não absorvidas pelas grandes companhias de energia. Também foi enfocada a criação de fundos de investimento de grandes corporações destinados a startups, conhecidos como CVC (Corporate Venture Capital), com foco em preencher déficits de inovação nessa área.
Após dois anos de hiato, o Greener Business Summit reuniu na Amcham do Brasil, em São Paulo, mais de 250 players, entre os quais alguns dos principais estruturadores e investidores do setor, além de entidades do setor elétrico brasileiro como ONS, CCEE e EPE, para ouvir especialistas e gestores de diversos segmentos. Em pauta, desafios e oportunidades em investimentos, estratégias e novos negócios em um momento de importantes mudanças regulatórias e crescimento acelerado do setor no País.
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