De acordo com dados da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, em 2020, era esperado um crescimento de 260% na geração solar fotovoltaica distribuída no Brasil em comparação ao volume anual de 2019  e a geração de mais de 120 mil empregos, além de novos investimentos privados que poderiam ultrapassar R$ 19,7 bilhões. Com o avanço da covid-19, o setor de energia solar fotovoltaica teve a importação, a distribuição e a consequente expansão do mercado afetados. E as empresas têm se  dedicado a formular estratégias para enfrentar esse período.

Alex Magno, CEO da We Brazil Energy, rede de franquias especializada em importação e distribuição de equipamentos fotovoltaicos, conta que a empresa tem focado em vendas futuras, oferecendo condições especiais a clientes e parceiros. “Estamos também negociando junto aos nossos fornecedores melhores condições de pagamento, além de desenvolver e incrementar ferramentas tecnológicas para assistência à distância aos franqueados”, ressalta.

Por sua vez, o gerente de engenharia da We Brazil Energy, Sílvio Carnieri, destacou que a crise ressaltou a forte dependência do mercado da China, mesmo com a existência de fabricantes no Brasil, EUA e Alemanha. Segundo ele, para que as vendas sejam viáveis e vantajosas, os custos precisam ser equilibrados. “O custo da produção nacional, por exemplo, chega a ser 25% superior ao importado. Alemanha e EUA, dentre outros, poderiam suprir essa demanda, mas o custo se torna inviável para o mercado ainda mais com a alta do dólar”, afirma.

Segundo Magno, as fábricas chinesas já têm disponibilidade de embarque, mas ainda não tão rápido como anteriormente. “Algumas fábricas estão 95% automatizadas na produção. A retomada então é mais rápida. O que pode afetar a decisão de novos pedidos, além da disponibilidade das fábricas, é a disparada do dólar globalmente em reação aos efeitos da crise do vírus e da queda de preço do petróleo. Com isso, o preço dos equipamentos fotovoltaicos pode aumentar ou, ao menos, não sofrer a forte desaceleração prevista anteriormente”.

Não obstante tais obstáculos, Magno ainda projeta expansão em 2020. “Mesmo em momentos de forte recessão no país, como em 2015 e 2016, por exemplo, crescemos a taxas muito elevadas, de 300% ao ano. O cenário atual é desafiador, mas apostamos que há como crescer. Existe uma fortíssima demanda retraída no nosso setor”, afirma.

Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar, também acredita no crescimento do setor mesmo em meio a um cenário incerto de pandemia global. “O crescimento será menor do que o inicialmente projetado. Mas, ainda assim, o ano de 2020 deverá apresentar um resultado final positivo. Com isso, não há dúvidas de que a fonte solar fotovoltaica, se bem incorporada como parte das medidas de recuperação da economia brasileira, será um instrumento chave para alavancar e acelerar a retomada de nossa sociedade”, conclui.

 

 



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