As minirredes solares fotovoltaicas, sistemas isolados que integram vários consumidores sob a mesma unidade geradora, podem ser a melhor solução para levar eletricidade para uma população de quase 500 milhões de pessoas até 2030. A hipótese foi levantada em livro do Banco Mundial, lançado no fim de setembro e batizado de “Minirredes para Meio Bilhão de Pessoas: Perspectivas de Mercado e Manual para Tomadores de Decisão”.

Pela proposta do banco multilateral, para abastecer cerca de 490 milhões de pessoas até 2030 a demanda seria pela construção de mais de 217 mil minirredes solares fotovoltaicas, a um custo acumulado de US$ 127 bilhões. No ritmo atual de investimentos, apenas 44.800 novas minirredes, para atender 80 milhões de pessoas, seriam construídas até 2030, a um custo total de investimento de US$ 37 bilhões.

O estudo aponta as minirredes solares como as de menor custo para acelerar o acesso à energia em regiões carentes e fora da rede elétrica. A estimativa é a de que há hoje no mundo 733 milhões de pessoas sem eletricidade, a maioria localizada na África Subsaariana. Sem o aceleramento, de acordo com o Banco Mundial, 670 milhões de pessoas continuariam na mesma carência de energia elétrica em 2030.

Para atingir a meta, o banco propõe ações conjuntas entre governos e a indústria solar fotovoltaica, para redução de custos e facilitação ao crédito. Para começar, indica que o custo da eletricidade das minirredes híbridas solares precisariam cair para US$ 0,20/kWh até 2030, o que colocaria a energia para esse contingente de pessoas a um gasto mensal de US$ 10 por unidade de consumo.

No lado do financiamento, o livro indica a necessidade de expansão do crédito privado, mas também de bancos de fomento. O próprio Banco Mundial teria papel importante para ajudar a financiar esses projetos, já que do total disponível atualmente, de US$ 1,4 bilhão, em 30 países, a instituição já compromete cerca de um quarto do investimento total em minirredes para o setor público e privado, o que pode ser expandido, a depender do planejamento dos países para adotar a solução.

Mesmo que o ritmo ainda não seja suficiente para a meta proposta pelo Banco Mundial, a implantação de minirredes solares tem registrado aceleração importante, passando de um índice de cerca de 50 por país por ano em 2018 para mais de 150 por país por ano atualmente. Segundo o banco multilateral, isso é resultado da queda dos custos dos componentes-chave, da introdução de novas soluções digitais e de ganhos de escala na geração de energia. Para se ter uma ideia, o custo da eletricidade gerada pelas minirredes solares caiu de US$ 0,55/kWh em 2018 para US$ 0,38/kWh hoje.



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