Pesquisadores do Instituto Nacional Francês de Energia Solar (INES) desenvolveram um módulo solar fotovoltaico, com tecnologia de heterojunção, que promete reduzir em mais da metade a pegada de carbono da tecnologia. Para atingir a meta, os esforços, que incluem também a fabricação dos componentes na Europa, para diminuir a dependência asiática, foram centralizados nos aspectos mais críticos da pegada de carbono: os wafers de silício, o painel frontal de vidro e a estrutura de alumínio.

 Os módulos contam com células especialmente fabricadas em linha de produção piloto do centro de inovação da CEA (comissão francesa de energia) no INES, e incluem inovações que limitam o consumo de metais críticos (índio e prata) nos processos de metalização e interligação. Em escala celular, a redução da pegada de carbono foi possível com o uso de wafers de silício fabricados na Noruega com uma espessura de 130 mícrons, em vez dos usuais 170 mícrons, com base em polissilício de origem alemã.

Já o módulo com configuração de chapa de vidro adaptada para o setor residencial – montado na França dentro da plataforma tecnológica dedicada da CEA – utiliza um vidro mais fino, de 2 mm. Uma estrutura feita de material vegetal (espécie de madeira, disponível na Europa) substitui sua estrutura de alumínio, o que ajuda bastante na pegada ambiental do projeto. Além disso, uma abordagem de "concepção para reciclagem" levou à escolha de encapsulantes termoplásticos isentos de flúor, também de origem europeia.

No módulo de demonstração produzido pela equipe de pesquisa (veja foto), com potência de 566 Wp e células de tecnologia de heterojunção com uma eficiência média de 22,9%, a pegada de carbono foi considerada muito baixa. O módulo atingiu nos cálculos uma pegada de 317 kgCO2eq/kWp, bem abaixo dos produtos chineses (700 a 800 kgCO2eq/kWp).



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