O volume de energia contratada no Ambiente de Contratação Livre (ACL) caiu 30% em 2022, aponta levantamento da consultoria CELA - Clean Energy Latin America. Segundo o estudo publicado em sua sétima edição anual, os contratos de longo prazo de compra de energia (PPAs, na sigla em inglês) negociaram no ano um total de 516 MW médios, frente aos 735 MWm de 2021, das fontes solar e eólica.

Apesar de os 22 PPAs registrados no ano terem sido em maior número do que em 2021, quando 15 foram negociados, a redução no volume contratado reflete um cenário de queda nos preços da energia de curto prazo, de aumento nas taxas de juros e de elevação nos custos de implantação dos projetos (capex) da geração centralizada das fontes solar e eólica, segundo a análise da consultoria. Juntos, os fatores teriam causado a relativa baixa contratação de longo prazo no ACL.

O maior número de PPAs, mesmo que no volume inferior de energia, reflete por outro lado uma mudança nos modelos de contratação no ACL, segundo explicou a CEO da CELA, Camila Ramos. “Percebemos, no último ano, uma maior aposta de projetos de autoprodução de energia, modalidade que viabilizou os PPAs ao longo de 2022, inclusive em nova modalidade de autoprodução com arrendamento de usinas pela primeira vez”, disse.

O estudo da CELA revela ainda os PPAs assinados entre janeiro e dezembro de 2022, além de análises históricas coletadas nos últimos seis anos pela consultoria junto às empresas, que somam 111 PPAs de longo prazo de eólica e solar no ACL, equivalente a 3.093 MW médios contratados. Deste total, 75 são PPAs de solar e 36 PPAs de eólica, com 2.008 MWm e 1.086 MWm, respectivamente.



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