A Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, deve fazer em cerca de 15 dias uma prova de conceito (PoC) com um protótipo de uma bateria de segunda vida em uma de suas usinas solares fotovoltaicas instaladas em Campinas, onde há 530 kWp de potência solar instalada e distribuída em vários locais e telhados do campus.

Essa etapa ainda está dependente de preparos em laboratório, com controles de isolação e equipamentos de medição, segundo revelou o gerente de soluções em sistemas de energia do CPQD, Aristides Ferreira, entidade que lidera a pesquisa de baterias de segunda vida, em parceria com a CPFL Energia e a fabricante chinesa BYD, no escopo da chamada pública da Aneel, lançada em 2019 e voltada à criação de soluções na área de mobilidade elétrica eficiente.

A PoC na Unicamp seria a última etapa da pesquisa. “Nesse caso, a intenção é fazer avaliações destinadas a garantir a qualidade da energia da rede elétrica com o uso dessa bateria de segunda vida”, diz Ferreira. Essa prova de conceito irá encerrar o projeto - seu término está previsto para setembro . A partir daí, a tecnologia estará pronta para ser transferida para a empresa responsável pela fabricação e comercialização no mercado da bateria de segunda vida.

Como a bateria é o principal componente de um veículo 100% elétrico, o desafio do projeto é estender por pelo menos mais 5 a 10 anos seu uso em várias aplicações, como o armazenamento de energia gerada por sistemas fotovoltaicos e outras fontes intermitentes ou mesmo para backup em estações de telecomunicações. Isso porque, dependendo do uso, a duração de uma bateria de lítio-íon em carro elétrico é de aproximadamente apenas 8 a 10 anos.

Segundo o pesquisador da área de sistemas de energia do CPQD, Vitor Arioli, o desenvolvimento do projeto começou com a realização, em laboratório, de vários ensaios e medições em baterias de ônibus elétricos degradadas, fornecidas pela BYD. “A bateria de lítio-íon é composta por várias células, que formam um pack”, explica. “O trabalho no laboratório envolveu a análise de cerca de 500 células fornecidas pela BYD e, com base nisso, desenvolvemos uma metodologia para avaliação e seleção das células mais adequadas para compor uma bateria de segunda vida”, destaca Arioli.

Além da metodologia, o CPQD desenvolveu algoritmos e o protótipo da própria bateria de segunda vida - o que inclui hardware, mecânica e o sistema de gerenciamento conhecido como BMS (do inglês Battery Management System). Realizou também uma PoC em suas instalações em Campinas e testes de ciclagem para acelerar o processo de envelhecimento e determinar o tempo real de duração de uma bateria na sua segunda vida.



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