Os investimentos em renováveis continuam em alta apesar de a preocupação com segurança energética ter aumentado no mundo com a guerra entre Ucrânia e Rússia, o que intensificou o uso de combustíveis fósseis para suprir essa demanda. Esta é a principal conclusão do relatório Power Transition Trends 2023, da BloombergNEF, que analisa anualmente as tendências globais de geração, capacidade de energia e emissões com base em dados coletados pela consultoria em 140 países.
Segundo o acompanhamento, referente a 2022, as fontes eólica e solar representaram 80% dos 424 GW de nova capacidade instalada. Esses investimentos fizeram com que as duas formas de renováveis passassem a ser responsáveis por 12,5% da geração de energia elétrica do mundo. Em 2022, a geração global de todas as renováveis atingiu um novo recorde de 8,4 TWh, com um salto de 8% em comparação com o ano anterior.
Em capacidade, aponta o relatório que pretende servir de base para discussões na COP28, marcada para 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, as tecnologias de carbono zero atingiram 46% do total instalado globalmente, o que mostra tendência constante de crescimento, já que em 2012 elas representavam 33%.
Embora a transição energética seja fenômeno global, mais de dois terços da geração de energias renováveis no ano passado estavam concentrados em 10 mercados. A região da Ásia-Pacífico liderou o aumento na produção, com um salto anual de 6% em 2022. Com forte crescimento econômico, a China continental foi o destaque, com aumento de cerca de 9%, para 8.600 TWh.
Vale ressaltar que a América Latina, segundo a BNEF, tem a matriz elétrica mais limpa do mundo, com mais de 60% da energia proveniente de fontes renováveis, sendo que Brasil, México, Argentina, Chile e Venezuela são responsáveis por 82% da capacidade instalada de renováveis da região. De maneira geral, porém, a maioria dos países do mundo instalaram mais projetos de renováveis do que de fósseis, cerca de 67%, contra 39% registrados em 2012. A energia solar foi a tecnologia escolhida em quase metade das economias mundiais.
Embora o relatório aponte a ligação entre segurança energética e o maior uso de fósseis, o que impactou diretamente a geração elétrica, os novos projetos nessas fontes caíram para o menor nível de todos os tempos em 2022, chegando a apenas 13%, em comparação com 50% em 2013. As novas usinas termelétricas a gás natural lideraram a queda, caindo para apenas 23 GW adicionados em 2022, contra 53 GW em 2021. O carvão, porém, foi o principal combustível fóssil adicionado no ano passado, com 30 GW de novas construções.
Apesar disso, o maior acionamento de térmicas a carvão e gás natural após a pandemia impactou nas emissões do setor elétrico, que registraram novo recorde em 2022, com 13 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono. Isso significa um aumento de cerca de 2% em relação a 2021 e mais de 4% em relação a 2020.
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