A CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica emitiu os dois primeiros certificados de hidrogênio do Brasil, que atestam a origem de produção a partir de fontes renováveis de energia, comprovando a procedência “verde” do produto. Os contemplados foram as plantas de Furnas Centrais Elétricas, em Itumbiara, Minas Gerais, e da EDP, no complexo industrial e portuário do Pecém, no Ceará.
Ambos os projetos, de pequena escala e no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Aneel, utilizam energia solar fotovoltaica como fonte de alimentação dos eletrolisadores. O de Furnas, porém, é híbrido e também utiliza a fonte hídrica, já que está instalado na Usina Hidrelétrica Itumbiara, que fica entre os municípios de Itumbiara (MG) e Araporã (GO). Trata-se da primeira a entrar em operação no Brasil, em 2021, desde quando já foram produzidas 3 toneladas do hidrogênio verde.
Da energia consumida em Itumbiara, uma parte é oriunda de usina solar fotovoltaica de 800 kWp de potência, instalada ao lado do sistema de hidrogênio, e o restante da demanda é suprida por energia da UHE. Segundo comunicado da CCEE, a produção de 730 kg de hidrogênio de Furnas foi feita a partir de energia solar e hidráulica.
Já a unidade de hidrogênio verde da EDP, batizada de Pecém H2V, é instalada na usina termelétrica (UTE) Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE). Para alimentar o sistema de eletrólise instalado, a unidade contempla usina solar fotovoltaica com capacidade de 3 MW de potência. O módulo eletrolisador pode produzir 250 Nm3/h do gás renovável. De acordo com a CCEE, a análise para a certificação atestou que os 295 kg de hidrogênio produzidos são de origem renovável.
"A certificação é uma iniciativa pioneira, que vai garantir ao cliente a compra de um produto verdadeiramente sustentável. Essa parceria com as empresas representa um passo importante na construção de uma relação de confiança com os investidores do mercado de hidrogênio renovável brasileiro, que vai garantir a liderança do nosso país nos esforços mundiais em prol da transição energética”, disse o presidente da CCEE, Alexandre Ramos.
A CCEE está desenvolvendo uma segunda versão do sistema de certificação voluntário. Com apoio do Banco Mundial, a atualização contará com governança aprimorada. A primeira versão foi lançada em dezembro do ano passado para atestar a origem de produção de hidrogênio a partir de fontes de baixa emissão de carbono em projetos piloto no Brasil. As diretrizes do programa levaram em consideração exigências do mercado europeu.
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