O nível de emprego no setor de energia continua em elevação no mundo e tem sido impulsionado nos últimos anos principalmente por tecnologias da transição energética, que já representam mais da metade das vagas preenchidas e das quais o destaque mais recente é a fonte solar fotovoltaica. Esta é a principal conclusão do recém-publicado relatório World Energy Employment 2023, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que anualmente mapeia os empregos em energia por região, combustível, tecnologia e cadeia de valor.
Segundo o relatório, o emprego global de energia subiu para 67 milhões de pessoas em 2022, ou 3% do total de empregos do mundo, o que representa aumento de 3,5 milhões em relação aos níveis pré-pandemia. Cerca de 35 milhões dos postos de trabalho, aponta a IEA, são nos setores de renováveis, contra 32 milhões dos fósseis. E também mais da metade do crescimento no período do último relatório foi registrado em apenas cinco setores de transição energética: o solar fotovoltaico, eólicas, veículos elétricos e baterias, bombas de calor e mineração de minerais críticos.
O solar fotovoltaico é o maior empregador, entre os cinco setores, ultrapassando 3,9 milhões de vagas em 2022, um aumento de mais de 13% em relação ao ano anterior. A publicação ressalta, porém, que esse crescimento foi inferior ao registrado pelo número de instalações de energia solar, que cresceram 24% no período. Isso reflete, segundo a IEA, tanto a melhora de produtividade como a atenuação dos problemas na contratação de trabalhadores suficientes para atender a alta demanda.
O levantamento aponta que cerca de dois terços dos empregos fotovoltaicos estão associados à geração solar distribuída, mais intensiva em mão de obra por unidade instalada do que projetos de grande escala. A implantação e construção das instalações, tanto em GD solar como em fazendas solares, é a que mais emprega no setor fotovoltaico, representando quase metade de todos os empregos (48%).
Já a manufatura de equipamentos, o que abrange desde a produção de polissilício, wafers, células, módulos e inversores, assim como montagem de estruturas metálicas e outros componentes, representa 20% do emprego total. Neste caso, 77% desses empregos estão concentrados na China, onde a grande maioria dos módulos solares do mundo é fabricada.
Como perspectivas de aumento de geração de empregos no setor fotovoltaico, o estudo projeta dois cenários. O primeiro é o que seria orientado para atingir emissões líquidas globais zero em 2050 (net zero), o que impulsionaria a força de trabalho a um ritmo mais rápido, adicionando mais de 2,5 milhões de novos empregos por ano e aumentando o total para 6,6 milhões já em 2030. Já no cenário mais conservador, baseado no pipeline atual de projetos e de políticas públicas dos países, considerada aquém das metas de net zero em 2050, a adição seria de mais de 1,1 milhão de empregos por ano, atingindo 5,1 milhões em 2030. No cenário net zero para todo o setor de energia, a expectativa é de que 30 milhões novos empregos em renováveis sejam criados até 2030, em detrimento de 13 milhões de vagas no setor das fósseis, que desapareceriam.
Vale ressaltar ainda que o estudo indica que os empregos nas indústrias de combustíveis fósseis também registram aumentos anuais, embora a um ritmo moderado, com níveis de emprego inferiores aos de pré-pandemia. Um exemplo ocorre nas centrais termoelétricas a carvão, cujo abrandamento na construção de novas plantas levou a uma queda de 15% nos postos de trabalho do setor em 2022, em comparação com 2019, o que significa 330 mil vagas. Essas tendências, registradas em vários outros segmentos das tecnologias fósseis, são as responsáveis por mais da metade dos empregos no setor de energia serem ligados às renováveis desde 2021.
O relatório pode ser lido na Internet ou baixado, via o endereço https://www.iea.org/reports/world-energy-employment-2023.
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