As importações dos módulos fotovoltaicos em 2023 indicam estabilização no mercado de energia solar fotovoltaica após o notável crescimento de 70% em 2022, segundo levantamento da consultoria Greener. Os 17,5 GW importados no ano passado representam redução de apenas 1,7% em relação ao recorde alcançado no ano anterior. O volume importado em 2023 pode viabilizar investimentos superiores a R$ 60 bilhões no mercado, afirma a empresa.
Destaca-se no levantamento a aceleração de embarques de módulos nos últimos dois meses do ano, noticiada por veículos internacionais, quando o Brasil importou da China aproximadamente 4 GW. Uma parte desses equipamentos ainda não chegou ao Brasil e deve refletir no volume do primeiro trimestre de 2024.
Os números divulgados indicam crescimento da implantação dos projetos de geração centralizada (GC) viabilizados através de PPAs e contratos de autoprodução firmados entre 2020 e 2022. Já a participação da geração distribuída (GD) no volume anual importado diminuiu 10% na comparação com 2022, de 75% para 65%. O mercado de GD absorveu em 2023 11,4 GW de módulos estrangeiros, ficando 2 GW abaixo do ano anterior. Ainda assim foi um volume alto, devido principalmente ao aumento da demanda por projetos de geração compartilhada, para atender pequenos e médios consumidores, e de autoconsumo remoto de maior porte. No 4º trimestre de 2023 as importações atingiram mais de 5 GW, o maior volume trimestral analisado pela série histórica da Greener, sendo cerca de 74% desse volume direcionado para GD.
Segundo a consultoria, as vendas no varejo (pequenas instalações residenciais e comerciais) apresentaram queda de 60% no 1º semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. A retração foi causada, entre outros fatores, por dificuldades de acesso ao crédito e taxas de juros elevadas.
No que diz respeito ao segmento de grandes usinas de GD, o “Estudo Estratégico de Geração Distribuída Remota 2023” da Greener revelou 4,2 GW de empreendimentos em operação e/ou em construção, indicando progresso em relação aos 2,3 GW de 2022.
O mercado de GD acrescentou mais 8 GW à capacidade total da rede, que atualmente supera a marca de 26 GW em potência instalada solar fotovoltaica distribuída. O Brasil fechou 2023 com 2,3 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados. Além das unidades consumidoras que geram energia, mais de 1 milhão de outras unidades beneficiam-se dos créditos de forma remota.
O avanço da GC de fonte solar no Brasil se deu “mesmo em cenários de preços muito baixos”. Em 2023, os grandes parques solares incorporaram 4 GW à matriz elétrica nacional, frente a 2,8 GW em 2022. O ano encerrou com capacidade instalada acumulada de 11,4 GW de potência solar fotovoltaica centralizada e 7 GW de usinas solares em construção que devem entrar em operação ao longo de 2024 e 2025.
Atualmente, a energia solar fotovoltaica conta no País com mais de 38 GW operacionais (geração distribuída + geração centralizada), o que representa pouco mais de 16,5% da matriz elétrica nacional.
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