O Canadá passou a ser o país com melhor potencial para construir uma cadeia de suprimentos de baterias de íons lítio de alta competitividade global, segundo ranking anual da BloombergNEF que avalia diversos indicadores de 30 nações. Trata-se da primeira vez que o país norte-americano ocupa a primeira colocação, superando a China.
Além de estar em progressiva evolução na fabricação de componentes de todos os elos da cadeia produtiva, seguindo regras de ESG, de acordo com a BNEF pesa muito a favor do Canadá a forte integração com o setor automotivo dos Estados Unidos. Nesse caso, o Canadá tem se beneficiado de incentivos concedidos pela política industrial e fiscal verde do país vizinho ― a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) ―, que também envolve integração de países fornecedores com laços de amizade comercial (friendshoring).
Mesmo a China ainda tendo a cadeia de suprimentos mais forte do mundo, aponta a avaliação da BNEF, o país asiático precisaria ainda ter abordagem mais proativa em questões ESG em todo o ciclo produtivo e assim tornar seus fornecedores mais competitivos no longo prazo, até mesmo para atender demandas de sustentabilidade de seus clientes globalmente.
Além do Canadá, segundo o ranking, toda a América do Norte se beneficia com o compromisso de implementação de políticas voltadas ao desenvolvimento da cadeia produtiva de baterias na região. Os Estados Unidos, que lideram o consumo e têm metas ambiciosas de transição energética, são o terceiro país do ranking.
Também o México é um destaque para os critérios de avaliação do ranking, pois avançou em todas as categorias da cadeia de suprimentos avaliadas pela BNEF, subindo nove posições, para o 19º lugar. Embora escalar uma indústria nacional de veículos elétricos seja difícil para o México, o IRA dos Estados Unidos tem desempenhado papel crucial no aumento das perspectivas do país para atender os setores de veículos elétricos e armazenamento de energia.
Segundo a BNEF, o investimento global na cadeia de fornecimento de energia limpa, incluindo fábricas de equipamentos e produção de metais para baterias, atingiu US$ 135 bilhões em 2024, com tendência de deslocamento de operações para países de fora da China, principalmente na Europa e Estados Unidos.
Prova disso, segundo a BNEF, é que também os países africanos incluídos no ranking ― África do Sul, Marrocos e República Democrática do Congo ― melhoraram suas posições. Com ricos depósitos minerais, as nações africanas têm trabalhado com parceiros globais para expandir seus setores de mineração e iniciar novas instalações de fabricação.
Ainda países do Sul e do Sudeste Asiático registraram os maiores avanços em relação ao ano anterior, com a Índia e a Indonésia liderando o caminho para o crescimento da cadeia de suprimentos. “À medida que os projetos anunciados anteriormente começam a ser comissionados ao longo do ano, espera-se que o ímpeto da região continue, levando a um ajuste na cadeia de suprimentos global”, afirma o relatório da BNEF.
Em sua quarta edição, o Global Lithium-Ion Battery Supply Chain Ranking considera 46 métricas individuais para rastrear o potencial da cadeia de suprimentos em cinco categorias igualmente ponderadas: matérias-primas, fabricação de baterias, demanda downstream, considerações ESG e "indústria, infraestrutura e inovação". Em seguida, atribui uma classificação por categoria, combinadas para dar uma classificação geral.
Mais Notícias FOTOVOLT
Deliberação do Gecex-Camex visa fortalecer a produção local. Absolar teme retração nos investimentos e aponta incapacidade da indústria local atender demanda.
14/11/2024
Com os recursos, empresa viabiliza o projeto Piraquê, que vai escoar energia solar fotovoltaica do norte de Minas Gerais
14/11/2024