Depois de o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo ter divulgado, por meio de publicação de consulta pública publicada no dia 5 de abril, que vai criar uma normatização rigorosa para disciplinar a implantação de vagas e estações de recarga para veículos elétricos, a ABVE - Associação Brasileira de Veículos Elétricos decidiu estreitar a relação com o órgão público para, segundo a entidade, evitar exageros nas restrições que visam prevenir o risco de incêndios nesses locais.
A primeira ação da estratégia foi reunião no dia 17 de abril entre membros da ABVE e o comando do Corpo de Bombeiros. Como resultado do encontro, foi acertada a realização de um simulado de combate a incêndio de veículo elétrico, a ser realizado em maio. Segundo o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, o objetivo é testar os protocolos de segurança dos próprios veículos e baterias, em condições reais, e apresentar os equipamentos já disponíveis no Brasil para prevenir acidentes e combater incêndios.
“A ABVE busca tranquilizar os usuários e os responsáveis por condomínios residenciais sobre a segurança dos veículos elétricos e das estações de recarga”, disse Bastos. Por outro lado, o dirigente aponta que a intenção é também colaborar com os bombeiros na elaboração de normas eficazes e realistas de prevenção de acidentes.
A associação já havia se manifestado com preocupação depois da publicação da consulta pública, no começo de abril, temendo que as medidas sugeridas pelo Corpo de Bombeiros elevasse os custos e mesmo inviabilizasse a instalação de pontos de recarga, principalmente em estacionamentos particulares e prédios comerciais. Entre as possíveis novas exigências, estão ações como distanciamento mínimo entre vagas, paredes corta-fogo entre veículos, instalação de sprinklers com detectores de fumaça, entre outros pontos.
Para a ABVE, a preocupação dos bombeiros é exagerada, por não haver histórico de incêndios em baterias de carros elétricos ou durante a recarga no Brasil. A associação também citou em nota que nos Estados Unidos, entre 2019 e 2022, apenas ocorreram de três a cinco incêndios em recargas, contra uma média anual de 213 mil ocorridos em veículos a combustão.
Além da realização do simulado, a ABVE também pediu formalmente ao Corpo de Bombeiros que prorrogue o prazo da consulta pública, publicada no dia 5 de abril no Diário Oficial do Estado de São Paulo sob o título de Ocupações com estações de recarga para veículos elétricos. Originalmente aberta a contribuições até o dia 5 de maio, portanto com prazo de 30 dias, a ABVE pede a extensão para 90 dias.
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