A geração solar fotovoltaica centralizada, por meio da operação de grandes usinas, atingiu nível recorde de participação no consumo do mercado livre de energia, o ACL. O pico aconteceu em março de 2024, segundo acompanhamento da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica, a Abraceel, em sua última edição de panorama mensal do mercado livre, o Boletim da Energia Livre.

Segundo a associação, a geração centralizada da fonte solar chegou a 3.016 MW médios em março, dos quais 2.287 MWm foram destinados ao ACL, o equivalente a 76% da produção das grandes UFVs no mês. No mesmo período do ano passado, aponta a Abraceel, essa geração tinha alcançado 1.945 MW médios, dos quais 45% foram absorvidos pelo ACL.

No conjunto das fontes renováveis incentivadas, 64% da geração elétrica  destinaram-se a atender o mercado livre, o que significou aumento de 19% nos últimos 12 meses. Da energia gerada por cada uma das outras fontes em março, o mercado absorveu 57% da energia eólica, 92% da energia de biomassa e 56% da de PCHs . No conjunto, essas fontes mais a solar FV responderam por 35% do consumo no mercado livre.

Ainda de acordo com o boletim da Abraceel, em março de 2024 a indústria teve 91% do seu consumo de energia elétrica atendido pelo ACL, enquanto no comércio o percentual de consumo livre foi de 37%, no de saneamento 40,6% e no setor de serviços, 20,8%. A publicação também informa que 10.790 unidades consumidoras aderiram ao mercado livre nos últimos doze meses, o que representa aumento de 33% no período, totalizando atualmente 43.417 unidades no ACL. E havia 527 comercializadores de energia habilitados na CCEE - Câmera de Comercialização de Energia Elétrica, contra 499 um ano antes. Com esse cenário, já 37% de toda a energia consumida no País é no mercado livre, com 27.639 MW médios.