Um desenvolvimento voltado para a produção de filmes flexíveis de células solares de perovskita foi um dos vencedores do Prêmio Europeu de Patentes, organizado pelo Escritório Europeu de Patentes (EPO, na sigla em inglês). A premiação é uma das mais importantes do mundo e reconhece invenções nas categorias industriais, de pesquisa e em pequenas e médias empresas (PMEs), além de iniciativas de fora da Europa e jovens inventores.
A patente premiada de células de perovskita foi na categoria PME e dirigida à pesquisadora polonesa Olga Malinkiewicz, que fundou a empresa Saule Technologies. A PhD pela Universidade de Valência, na Espanha, e sua equipe de 60 cientistas desenvolvem processo para a produção de células flexíveis e imprimíveis baseadas em um dispositivo emissor de luz orgânico (OLED), que compreende finas camadas de filme orgânico colocadas entre dois filmes de eletrodos condutores.
A produção das células dos pesquisadores é considerada econômica, pois a perovskita é dissolvida em um solvente e levemente revestida no filme usando uma impressora a jato de tinta. Além do prêmio na categoria PME, a invenção também foi agraciada com o Prêmio Popular, concedido por meio de enquete online aberta ao público.
O polímero revestido de perovskita flexível e leve, segundo os resultados das pesquisas da Saule Technologies, coloca menos pressão estrutural nos edifícios, em comparação com módulos solares, em instalações em telhados. Segundo a empresa, um metro quadrado da célula solar de perovskita pode ser segurado “com dois dedos”, enquanto os módulos convencionais de silício, em tamanho semelhante, pesam entre 20 e 30 quilos.
A tecnologia flexível também abre a possibilidade de criação de outros produtos comerciais, como cortinas solares geradoras de energia até eletrônicos de consumo movidos a energia solar, como teclados e telefones celulares. O novo formato torna ainda mais competitivas as células solares de perovskita, que podem absorver uma faixa mais ampla de comprimentos de onda do sol, tornando-as mais eficientes na conversão de luz em eletricidade do que as convencionais de silício. Durante testes da empresa, as células de perovskita alcançaram uma conversão de luz em eletricidade de 25,8%, contra 21% das células à base de silício.
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