A Comerc e a KWP Energia, que tiveram joint venture aprovada pelo Cade no fim de julho para atuarem juntas no projeto de construção de usinas solares flutuantes (UFFs) na represa Billings em São Paulo, estão divulgando que a meta da nova sociedade é atender por geração distribuída o equivalente ao consumo de 64 mil residências, com os 112 MWp previstos ao fim do investimento.

A primeira usina flutuante do complexo, a Araucária, de 5 MW, foi inaugurada em janeiro deste ano e já está totalmente contratada, sendo que um dos maiores locadores é o banco Santander, com cerca de 2 MW, por meio da Tools Digital Services, empresa da instituição financeira que oferece serviços e soluções para diferentes setores. A parte da usina contratada fornecerá energia parcial de 160 lojas do banco em São Paulo e na região metropolitana, conectadas em baixa tensão em GD. O contrato com o Santander é de 18 anos.

A joint venture entre as duas empresas funciona dentro da estruturação societária que já existe entre a KWP e a Emae - Empresa Metropolitana de Águas e Energia, recentemente privatizada pelo governo paulista e que tem a concessão da represa. Em chamadas públicas realizadas em 2020 e 2021 para a construção e operação de 80 MW em UFFs na represa, a KWP foi uma das vencedoras e a partir daí formou a sociedade de propósito específico (SPE) com a Emae. Recém-privatizada, a empresa paulista, dessa forma, também é sócia dos novos empreendimentos.

Com expectativa de conclusão das demais usinas em até 36 meses, a joint venture vai permitir que a Comerc ofereça para sua carteira de clientes em comercialização de São Paulo energia de geração distribuída para unidades consumidoras em baixa tensão, o que inclui empresas, residências e pequenas e médias indústrias da região. A Comerc já atende mais de 50 mil consumidores do tipo em outros estados, principalmente em Minas Gerais.

“A chegada à região metropolitana de São Paulo não poderia ser de forma que melhor represente nosso DNA. Implementamos a maior – e uma das primeiras – usina solar flutuante do país”, disse o vice-presidente de geração de energia renovável distribuída da Comerc, Eduardo Soares. Segundo ele, a empresa também está em busca de outros projetos de GD no estado paulista.