Depois do trabalho de revisão que durou 11 anos e uma consulta nacional (CN) de três meses (de 28 de novembro de 2023 a 29 de fevereiro de 2024), o projeto da nova norma NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão ainda vai estender-se por mais alguns anos, considerando a análise de todas as contribuições recebidas na CN e a realização de pelo menos mais uma consulta nacional. A previsão é do engenheiro Hilton Moreno, membro da Comissão de Estudo de Instalações Elétricas de Baixa Tensão (CE-003:064.001) do Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003), a comissão responsável pela revisão. Hilton fez uma apresentação sobre a nova norma nesta terça, 27 de agosto, no congresso Eletrotec+EM Power, que acontece no Expo Center Norte em São Paulo e vai até quinta, dia 28.

“Se não se alterar o modo como esta fase vem sendo realizada, não teremos a nova norma antes de 2028, talvez até 2029”, diz o engenheiro. A CN encerrada em fevereiro colheu mais de 1000 comentários, os quais estão sendo discutidos em seções online abertas desde então, um processo demasiado moroso. Além disso, já se sabe que após esse longo período de análise e incorporação das contribuições pertinentes, o texto resultante terá de ser submetido a mais uma consulta nacional, e nesta não se sabe quantos votos serão recebidos, os quais terão de ser novamente analisados pela comissão. “Ainda nem sequer começamos a analisar as contribuições de cunho técnico, estamos apenas nas de caráter editorial”, diz Hilton, que foi responsável por compilar os mais de mil votos para análise da comissão.

A boa notícia é que a atual NBR 54510, que é de 2004, não está ultrapassada. “É uma norma bem madura, resulta em instalações seguras. O que vem no projeto são melhorias, novidades mesmo serão poucas. Então não tem problema se o novo texto demorar mais um pouco para ser publicado.”

Além das modificações de forma, destacam-se como novidades do projeto a incorporação à seção 3 da NBR 5410 da terminologia completa de instalações elétricas, a inclusão de linhas com cabos diretamente enterrados na tabela 33 (tipos de linhas elétricas), a inserção de cabos não halogenados nas tabelas de capacidade de corrente, e a ampliação do número de desenhos ilustrativos de esquemas de aterramento, de 10 para 21, com a inclusão de desenhos para corrente contínua, entre outras. Mas a grande novidade é a recomendação de instalação, nos circuitos de iluminação e força para dormitórios, de dispositivo de detecção e interrupção de arcos elétricos de baixa intensidade, chamados de AFDD – Arc Fault Detection Devices. Segundo Hilton, esta alteração, que institui uma medida de segurança de efetividade comprovada nos EUA e na Europa e já está consta em normas, gerou bastante contrariedade, com pessoas alegando nos comentários que a comissão estaria agindo de má-fé para encarecer as instalações elétricas. “Como se os membros da comissão fossem vendedores de dispositivos, um absurdo”, disse ele.

O congresso e exposição Eletrotec+EM Power integra o The Smarter E South America, hub que congrega ainda os eventos Intersolar, ees e Power2Drive, os quais em conjunto terão mais de 2000 congressistas, além de uma feira com quase 600 expositores e mais de 50 mil visitantes. O congresso Eletrotec+EM Power prossegue nesta terça e quarta feiras com apresentação de trabalhos técnicos sobre proteção contra raios, instalações fotovoltaicas e instalações elétricas de média e baixa tensão.


 



Mais Notícias FOTOVOLT



Alíquota de importação de módulos solares vai para 25%

Deliberação do Gecex-Camex visa fortalecer a produção local. Absolar teme retração nos investimentos e aponta incapacidade da indústria local atender demanda.

14/11/2024


ISA capta R$ 1,8 bi para implementar sistema de transmissão em MG

Com os recursos, empresa viabiliza o projeto Piraquê, que vai escoar energia solar fotovoltaica do norte de Minas Gerais

14/11/2024