A Volvo Trucks Latin America já entregou desde o final do ano passado mais de 40 caminhões elétricos pesados na América Latina, tendo investido também em uma estação de recarga dentro de sua fábrica para suportar a movimentação de materiais para suas linhas de produção de caminhões diesel. Segundo o engenheiro Alexandre Mohr, analista de desenvolvimento de negócios de caminhões elétricos da empresa, os veículos, com capacidade de carga de 50 toneladas, estão sendo importados de unidade da empresa na Europa, onde a Volvo comercializa caminhões pesados desde 2022 (antes, desde 2019, fabricava caminhões elétricos médios).

Alexandre falou sobre os veículos e as expectativas da Volvo nesta quinta-feira no congresso Power2Drive, sobre eletromobilidade, evento paralelo à Intersolar South America realizado de terça a quinta-feira desta semana no Expo Center Norte em São Paulo. Segundo o analista, os caminhões pesados Volvo têm características especiais que demandam desafios específicos de infraestrutura, a começar pela potência de recarga: 40 kW em c.a. e 250 kW em c.c.. “Para um hub de recarga para três ou quatro caminhões desse porte já estamos falando de potências de entradas de 1 MW”. A empresa implantou um hub com três carregadores de 180 kW no interior da fábrica em Curitiba, das marcas WEG, ABBe Star Charge, dando suporte a 10 caminhões elétricos que transportam chassis para a montagem dos caminhões a diesel, num fluxo just in time. “A Volvo colocou esses caminhões justamente para sentir na pele qual era a experiência da eletrificação e não só no uso do caminhão, mas também no do carregador. É uma experiência diferente para a empresa agora, porque estamos envolvidos também no mundo dos carregadores. Antes nos importávamos apenas com a cadeia do diesel, algo já dominado”, diz.

A empresa partiu então para aplicações no “mundo real”, e um dos exemplos mais “emblemáticos” citados pelo engenheiro é o de um caminhão Volvo que faz regularmente a rota de 400 quilômetros entre Matão e Santos, em São Paulo, transportando 25 toneladas de suco de laranja e com peso bruto de 40 toneladas. Favorecido pelo relevo em declive na ida, o veículo faz o percurso de 800 km com apenas três recargas, sendo uma no destino e outras duas no caminho, em carregadores públicos frutos de uma iniciativa de P&D da Aneel. “Os carregadores já estão lá, financiados por uma política pública, o que demonstra a importância desses programas para a eletromobilidade.”

Segundo Alexandre, hoje diversas empresas já se interessam em atuar com infraestrutura de carregamento para veículos pesados de carga, com vistas a melhorar o cenário de disponibilidade de carregadores. Um aspecto importante é que para caminhões a infraestrutura tem de ser diferente daquela oferecida aos carros de passeio. O caminhão necessita de mais espaço e a questão da disponibilidade é crucial. “Para um caminhão, ter de esperar 30 minutos ou mais pode ser o suficiente para perder uma janela de descarga no porto ou no centro de distribuição, ou para estourar a jornada do motorista”. O agendamento da recarga passa então a ser fundamental. Segundo Alexandre, na Europa a Volvo lançou recentemente um serviço chamado Find, Book and Pay, para o usuário encontrar carregadores na rota, agendar e fazer o pagamento.



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