O MME - Ministério de Minas e Energia e a EPE - Empresa de Pesquisa Energética iniciaram estudo para avaliar a forma de incorporação dos efeitos das mudanças climáticas no planejamento da matriz elétrica do Brasil. A ação faz parte da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da agência alemã de fomento GIZ e que conta com recursos do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).
A ser elaborado em parceria com consórcio formado pelas consultorias PSR e Tempo OK, o estudo pretende simular os impactos de cenários futuros de mudanças climáticas sobre o sistema elétrico brasileiro. Serão analisadas, por exemplo, alterações nas variáveis de precipitação, temperatura, irradiação solar e vento. Como recursos da pesquisa, serão utilizadas projeções climáticas de modelos do IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da ANA - Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.
A meta do projeto é elaborar diagnóstico detalhado de como a matriz elétrica brasileira se comportará diante de diferentes cenários climáticos. Para o MME, isso deve permitir um planejamento mais resiliente e adaptado. Além disso, o projeto abordará aspectos sociais, como a pobreza energética e a chamada transição energética justa, nestes casos especialmente em regiões vulneráveis, como o Nordeste.
A metodologia de simulação, conduzida pela PSR, partirá de cenário de demanda elétrica igual ao dobro da atual, que será analisado com modelos computacionais de planejamento da operação energética de médio e longo prazo (SDDP) e de planejamento da expansão energética (OptGen).
Essa análise determinará cenários de expansão da oferta de energia para o atendimento da demanda. Em seguida, a partir de três matrizes futuras possíveis, com diferentes composições de fontes e tecnologias, essas ferramentas realizarão simulações operativas do SIN considerando os impactos das mudanças climáticas. A previsão é que o estudo seja concluído em junho de 2025.
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