Um estudo do Observatório do Clima, entidade que reúne ONGs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais, sugere uma série de diretrizes para que o Brasil consiga chegar em 2050 emitindo cerca de 102 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) no setor de energia, cerca de 80% a menos do que é emitido atualmente.
Para atingir esse nível de redução, o relatório aposta na transição energética dos setores de transportes de carga e de passageiros, da indústria e na produção de combustíveis e biocombustíveis, além da própria geração de eletricidade. A solução também envolveria a produção de hidrogênio verde, o fechamento de termelétricas a carvão (que hoje representam apenas 2% da matriz elétrica brasileira), o crescimento das fontes eólica e solar e a redução do papel das térmicas a gás fóssil. Por outro lado, soluções como a captura e armazenamento de carbono (CCS) são descartadas e apontadas pelos autores como “falsas”.
As diretrizes apontadas pelo Observatório do Clima fariam o Brasil reduzir em 92% as emissões líquidas até 2035 em relação aos níveis de 2005. Isso significaria diminuir as emissões líquidas de gases de efeito estufa de 2,44 bilhões de toneladas de CO2e para no máximo 200 milhões de toneladas de CO2e.
A maior oportunidade para reduzir as emissões rapidamente, segundo o estudo, estaria no transporte de passageiros. Mas para isso as ações deveriam ir além da substituição da gasolina por etanol nos veículos flex e na eletrificação da frota. Para que essa atividade deixe de emitir 102 milhões de toneladas de CO2e, e passe a emitir somente 16 milhões de toneladas, seria preciso mudar os “paradigmas” das cidades, que deveriam ser mais compactas e com deslocamentos menores, e aumentar os investimentos em transporte público coletivo e na infraestrutura para o uso das bicicletas.
Mas o estudo das ONGs afirma que, a se guiar pelas tendências atuais, o setor de energia brasileiro deverá chegar a 2050 emitindo 558 milhões de toneladas de CO2e, número superior ao pico alcançado em meados da década passada. E isso apesar dos avanços em energia renovável e biocombustíveis.
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