Ocomércio de equipamentos e material para instalações solares fotovoltaicas no Brasil vai-se intensificando. Fatores como o aumento do custo da energia da rede, muito acima da inflação oficial, e o barateamento de equipamentos (como os módulos, cujos preços caíram em média 40% em 2023) impulsionam fortemente o setor. No ano passado, a geração solar distribuída e a centralizada acrescentaram 12 GWp à capacidade instalada nacional, e em 2024 deverão somar mais 10 GWp, numa previsão conservadora.
A capacidade de geração distribuída fotovoltaica (GDFV) solar chegou a mais de 26 GW em 2023, com crescimento de 70%, quase o mesmo percentual de 2022. Esse desempenho contrariou as predições de que o fim do período de vacância dado pela Lei 14 300 para o início da cobrança de custos de rede, em 6 de janeiro de 2023, seria um fator de desaceleração aguda do mercado. Não foi o que se viu, a despeito também de as taxas de juros dos financiamentos para o setor ainda não estarem das mais atrativas. E em 2024 esse percentual de aumento deve se repetir, com a GDFV ultrapassando 31 GWp no final do ano. Somente o segmento de geração solar remota distribuída, de porte até 5 MW, deve movimentar nos próximos dois anos mais de R$ 10 bilhões em investimentos, equivalentes a um acréscimo superior a 3 GW em novas instalações, segundo um estudo da consultoria Greener divulgado em dezembro.
Já o setor de geração centralizada (GC) solar manteve o ritmo de aumento em torno dos 30% e já vai a mais de 11 GWp de capacidade instalada [em janeiro de 2024], podendo aproximar-se de 14,5 GWp este ano, de acordo com projeção divulgada pela Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica também em dezembro. Juntas, GD e GC solares devem atrair em 2024 investimentos acima de R$ 38,9 bilhões, segundo a mesma projeção.
Uma tal efervescência do mercado nacional atrai cada vez mais fornecedores de equipamentos e produtos de instalação, sejam estrangeiros, que continuam a exportar em massa para o País, sejam os que já possuem produção nacional ― o que, aliás, deve intensificar-se nos próximos anos, com as alterações tarifárias recém-adotadas pelo governo brasileiro. Nesse cenário muitidiversificado, é natural haver diferenças entre marcas concorrentes, seja em qualidade, preço, atendimento pré e pós-vendas e outras variáveis. Então, como distinguir as melhores, as mais confiáveis, as mais duráveis, as de melhor desempenho? Ora, recorra-se aos especialistas ― e especialistas são justamente os consultados pela pesquisa “Marcas de Excelência”, cuja quarta edição publicamos aqui.
Realização da pesquisa
Da base de leitores da revista FotoVolt, foram selecionados perfis de profissionais técnicos de empresas de engenharia, integradoras, instaladoras, construtoras, do setor de comércio e serviços, de órgãos da administração direta, instituições de ensino e outras. Esses profissionais receberam em setembro um questionário com uma relação de 29 produtos, encabeçada pela pergunta “Dos produtos abaixo relacionados, qual é, em sua opinião, a marca de excelência?”.Na maioria, os produtos da lista são específicos para instalações de energia solar FV (empregados nas diversas etapas típicas, do projeto à manutenção) e para armazenamento da energia gerada (tanto sistemas completos quanto baterias, isoladamente). Figuram também equipamentos como eletrocentros, transformadores elétricos, instrumentos de medição e outros, que não são de uso exclusivo em instalações fotovoltaicas mas nelas estão muito presentes.
Foram captadas 327 respostas válidas, assim consideradas apenas as enviadas por pessoas, dentre as pesquisadas, que se declararam “usuários” e/ou “especificadores” dos produtos da lista (veja gráficos com a distribuição geográfica da origem das repostas e detalhando as áreas de atuação dos consultados). Além disso, as empresas e instituições nas quais trabalham os profissionais consultados estão nesta lista ― ressalta-se, no entanto, que o objetivo de publicamos esta relação é apenas a de dar uma ideia melhor da qualificação do universo pesquisado, não significando qualquer compromisso dessas empresas com os resultados da pesquisa, uma vez que a manifestação é do profissional e, portanto, puramente pessoal.
Os resultados da compilação e ordenação das indicações desses consultados estão apresentados nas tabelas aqui disponíveis, sendo uma para cada produto. Os resultados são dados em percentuais do universo do específico do item. As tabelas permitem ainda comparar a evolução do conceito das marcas junto a esse público, pois trazem também os resultados da pesquisa do ano passado.
O questionário orientava os profissionais para se manifestarem apenas sobre produtos com os quais tivesse experiência real, razão pela qual nenhuma das respostas teve marcas indicadas para todos os itens da lista ― como se observa, nas tabelas, os universos são sempre menores do que os 327 questionários válidos. Esta tabela adicional (tabela I) traz uma relação dos itens sobre os quais os consultados mais se manifestaram e que, portanto, podem ser considerados os itens de uso mais difundido no setor. Já nesta tabela II estão as 10 marcas que receberam mais indicações em um único produto, com os itens correspondentes.
Como a resposta era espontânea, alguns consultados indicaram mais de uma marca para um mesmo produto, por considerá-las iguais em excelência. Por isso, em algumas tabelas, a soma dos percentuais individuais das marcas pode resultar maior do que 100%. E como, por razões de espaço, as tabelas só trazem as marcas que obtiveram no mínimo 2% das indicações de cada universo, convém ter em mente que mesmo marcas que estão na parte de baixo de uma tabela podem estar à frente de outras (ou de muitas outras) que nela não entraram.