Um material supostamente frágil poderá revolucionar a fabricação de moldes para a indústria de plásticos. Este é o objetivo de um esforço que está sendo empreendido por três empresas alemãs: a BCE Special Ceramics GmbH, a Kramski GmbH e a fabricante de fresas Zecha Hartmetall-Werkzeugfabrikation GmbH. Juntas, elas estão pesquisando o uso de elementos cerâmicos na confecção de um molde de 16 cavidades, em um projeto a ser concluído no ano que vem.
 

De acordo com comunicado divulgado pela Zecha, fabricante de ferramentas de corte que desenvolveu as fresas para usinagem dos materiais cerâmicos, os três parceiros do projeto estão convencidos de que a fabricação de moldes com este material oferece vantagens significativas em relação ao aço.

 

A Kramski, fornecedora global de ferramental (imagem ao lado), já utiliza revestimentos revestimentos cerâmicos, entre outros recursos, para aprimorar moldes para o setor de plásticos, tendo em vista especialmente evitar a adesão do material a ser moldado, assim como o desgaste das cavidades ocasionado principalmente pelos plásticos reforçados com fibra de vidro. Melhorar a desmoldagem das peças plásticas é também um dos objetivos do projeto.

 

“Mesmo quando usamos aços na faixa acima de 54 HRC, muitas vezes há um desgaste enorme, especialmente na área dos pontos de injeção. Isto leva ao aparecimento de rebarbas no componente, que devem ser evitadas a todo custo, principalmente porque acabam por levar a uma manutenção excessiva do equipamento. Para a ferramenta de 16 cavidades que queremos otimizar no projeto atual, planejamos fazer uma cavidade em cerâmica e vamos realizar testes com ela”, explicou Jörg Carle, diretor técnico da Kramski.

 

A especialista em cerâmica técnica BCE Special Ceramics GmbH é a parceira no fornecimento do material para a confecção do molde. A empresa processa cerâmicas de óxido de óxido de alumínio (Al2O3) e óxido de zircônio (ZrO2), bem como materiais mistos, e defende a escolha correta do material em relação à aplicação específica do cliente e às opções de fabricação. “Não fabricamos cegamente de acordo com desenhos do cliente, mas questionamos o que se espera da peça e quais serão as condições de trabalho. Se necessário, revisamos a geometria com o cliente e, por fim, sugerimos a cerâmica adequada. O grupo de materiais cerâmicos é tão diverso quanto os plásticos ou os metais. Só nós podemos escolher entre cerca de 20 tipos ou qualidades de cerâmica”, explicou Torsten Prescher, engenheiro de aplicação da BCE.

 

Processamento de materiais ultraduros

 

Já a Zecha Hartmetall-Werkzeugfabrikation GmbH desenvolveu a linha de fresas denominada Marlin 3D, especialmente para processamento de cerâmica sinterizada e metal duro, que serão usadas no projeto.

 

Graças à tecnologia laser de última geração, materiais de corte altamente duros, como PCD e CVD, recebem geometrias de ferramentas que antes eram impossíveis de alcançar. Ao ajustar a geometria com extrema precisão, obtém-se maior eficiência, o que se reflete na formação de arestas, dimensões e formas precisas, bem como na excelente qualidade superficial da peça.

 

“As fresas 3D Marlin também oferecem algumas vantagens para a indústria de materiais cerâmicos: o processamento não se limita mais à retificação. Em vez disso, agora podemos obter superfícies com brilho espelhado ou contornos delicados na faixa de micra por meio de fresamento”, afirmou Stephen Rapp, gerente de produto da Zecha, enfatizando vantagens como tempos de ciclo reduzidos devido ao resfriamento mais rápido do ferramenta de moldagem por injeção.

“Como a maioria dos tipos de cerâmica não são condutores e, portanto, não podem ser processados por eletroerosão, a fresagem no estado sinterizado é um enorme avanço e abre novos mercados, como aplicações na fabricação de moldes”, concluiu.


 

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Imagem: Kramski


 


 

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