O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro teve alta de 5,35% no primeiro trimestre de 2021, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola superior de Agricultura Luiz de Queiroz(Esalq/USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O novo salto acontece após crescimento recorde registrado em 2020, que foi de 24,31% frente a 2019, transformando o campo em um grande celeiro de negócios para o setor de metalmecânica, fornecedor direto dos fabricantes de máquinas e implementos agrícolas.
Os bons resultados se refletem no desempenho de toda a cadeia de produção dos bens de capital necessários às atividades no campo, como comentou João Visetti, CEO da subsidiária brasileira da TRUMPF, fabricante de máquinas e soluções de produção nos setores de máquinas-ferramenta e laser.
A empresa tem trabalhado com a perspectiva de um cenário positivo até o final deste ano, boa parte dele devido ao bom desempenho do agronegócio.
Para Visetti, fatores conjunturais como a necessidade de aumento da frota de colheitadeiras, têm trazido vigor à demanda por maquinário. E isso se deve tanto à obsolescência do parque de máquinas quanto à profissionalização das atividades no campo. Uma consequência disso é a necessidade de equiparar o número de colheitadeiras por hectare plantado do Brasil com o índice registrado por países produtores que são seus competidores diretos, tais como Estados Unidos, Argentina, Rússia e Canadá.
Tirar o atraso em relação à concorrência e equipar os produtores para que eles obtenham melhores resultados em seus negócios tem sido o principal motor do desenvolvimento da indústria de bens de capital para o setor. “O produtor precisa ter máquinas com disponibilidade, para realizar a colheita da hora certa, e por isso não pode depender do aluguel de equipamentos, por exemplo, sob risco de perder a janela otimizada da colheita, que pode mudar de um dia para outro”, avaliou o executivo.
Estocagem, a segunda onda de oportunidades
Uma segunda onda de bons negócios para o setor metalmecânico deve ocorrer devido à necessidade de armazenamento dos grãos, que demandará mais silos metálicos, construídos basicamente por processos de corte, dobramento e soldagem de metais.
De acordo com Visetti, em mercados como Estados Unidos e Rússia, por exemplo, o produtor armazena sua produção já na fazenda, assegurando boas condições de estocagem dos grãos para comercializá-los na entressafra, período favorável à obtenção de melhores preços, o que aumenta a rentabilidade do negócio. Aos poucos uma estratégia parecida tende a ser adotada por aqui, o que certamente elevará a procura por silos com grande capacidade de armazenagem, movimentando setores como os de prestação de serviços de caldeiraria, estampagem e corte e dobra.
“Toda a cadeia de fornecimento de implementos agrícolas, de caminhões e implementos rodoviários e os prestadores de serviço que orbitam nesse mercado estão em modo comprador para as nossas máquinas e soluções”, afirmou.
A escalada do mercado ligado ao agronegócio provavelmente compensará as perdas decorrentes do delicado momento pelo qual passa o setor automobilístico. Normalmente importante para os negócios de fabricantes de máquinas, ele tem perdido protagonismo devido a problemas de abastecimento. “As montadoras estão paradas, devido à falta de chips no mercado mundial. Isso afeta toda a cadeia produtiva, incluindo os fornecedores de peças, com os quais trabalhamos, especialmente com nossas soluções de solda a laser e hotforming ”, comentou o executivo.
Foto (Alf Ribeiro/Shuttterstock): Colheita de soja no Mato Grosso do Sul. Disponibilidade de máquinas é fundamental para a produtividade no campo
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#corte a laser #agronegócio
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