O levantamento anual realizado por Plástico Industrial na área de transformação de termoplásticos por injeção para a atualização do guia do setor mostrou como empresas desse segmento têm enfrentado os desafios decorrentes da Covid-19, responsável por grandes transformações no cotidiano corporativo e da produção desde o início de 2020.
Quando foram questionadas sobre as principais dificuldades enfrentadas desde o início da pandemia, as companhias que participaram da pesquisa apontaram em primeiro lugar a escassez de insumos, em segundo a redução do consumo de alguns tipos de produtos plásticos e também um alto índice de cancelamento de pedidos.
Evolução da adoção de novas tecnologias pelas empresas de injeção
Apesar disso, porém, 40% das entrevistadas afirmaram que a crise sanitária trouxe também consequências positivas como o aumento da demanda por embalagens associado ao maior consumo de álcool em gel e de produtos farmacêuticos para fortalecer a imunidade, assim como o aumento da procura por produtos de limpeza e desinfecção, e por máscaras de proteção do tipo face shield.
No estudo realizado no ano passado, no momento de pico da contaminação pela Covid-19 no País, apenas 22% das empresas afirmavam ter percebido algum aspecto positivo naquele desafiador cenário. A percepção favorável estava associada especialmente à reversão da proibição de produtos descartáveis feitos de plástico e à gradativa reabilitação da imagem do material após um período de grande desgaste. Naquela ocasião, as reações das participantes foram as seguintes: contratação de mais funcionários (37%), aumento na capacidade de produção (28%) e novas parcerias para terceirização da produção (23%).
Este ano os números revelaram que essa tendência se acentuou: 39% das companhias aumentaram a sua capacidade de produção, e este é o mesmo percentual das que contrataram mais funcionários. E isso também fez com que 22,5% delas estabelecessem novas parcerias para fabricação terceirizada.
A pesquisa feita atualmente mostrou ainda que a adoção de novas tecnologias e de sistemas de automação também avançou durante a pandemia: enquanto em 2019 apenas 21% das empresas do setor de injeção afirmavam possuir robôs manipuladores para auxiliar seus processos produtivos, este ano o índice subiu para 31,25%, em uma indicação clara da tendência à automatização das tarefas repetitivas, uma necessidade diante das incertezas trazidas pela crise sanitária. Já o uso da tecnologia de impressão 3D, que dá flexibilidade ao desenvolvimento de novos projetos, passou a fazer parte do cotidiano de 53,75% das empresas, contra 44% em 2019, como é mostrado na gráfico acima.
Os segmentos consumidores
O levantamento apontou que os principais setores contratantes dos serviços de injeção de termoplásticos são o automobilístico e o de embalagens, que consomem, respectivamente, 19,58% e 16,21% do total. O setor agroindustrial contratou 9,41% desses serviços nos últimos 12 meses, enquanto o de eletrodomésticos/linha branca 8,68% e o de eletroeletrônicos 7,85%, o qual se aproxima muito dos fornecedores de utilidades domésticas que são contratantes de 7,61% do total de serviços.
Além disso, as empresas que colaboraram com a pesquisa mencionaram os fabricantes de brinquedos/itens de lazer, que contrataram 4,37% dos serviços, os de itens de sinalização, que o fizeram com 1,10%, e os sex shops, com 0,03%
Uma categoria denominada “outros”, e que representa 25% da clientela, está pulverizada em segmentos como o farmacêutico, de cosméticos, de itens para redes de distribuição de energia elétrica, agricultura, hospitalar, de peças para veículos ou elevadores, área médica, de fornecimento de óleo e gás, construção civil, laboratórios, de peças para sistemas de irrigação, material escolar, entre outros.
Se a crise sanitária trouxe dificuldades, ela também mostrou que o mercado continua comprador para os itens plásticos, e o quanto o modelo de desenvolvimento que adotamos conta com o abastecimento desses itens para manter vigentes aspectos fundamentais do modo de vida da sociedade atual.
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