A Procter & Gamble (P&G) – grupo de consumíveis pessoais e de uso doméstico –, em parceria com a Terra Cycle, com o comitê organizador de Tóquio 2020 e com o Comitê Olímpico Internacional (COI ou IOC, do inglês International Olympic Committee), divulgou que os pódios das cerimônias de entregas de medalhas dos jogos olímpicos e paraolímpicos de Tóquio 2020 são feitos totalmente de plástico reciclado proveniente de embalagens pós-consumo.

 

Pódios das cerimônias de entregas de medalhas dos jogos olímpicos e paraolímpicos de Tóquio 2020 são feitos totalmente de plástico reciclado proveniente de embalagens pós-consumo (Tokyo 2020)

 

O destaque dos materiais plásticos nesta edição dos jogos olímpicos é o pódio utilizado na cerimônia da vitória, onde os melhores atletas de cada modalidade recebem suas medalhas. Segundo o COI, todos os 98 módulos dos pódios foram feitos por meio de impressão 3D utilizando como matéria-prima 24,5 toneladas de plástico reciclado. Um feito inédito até agora na competição.

 

De acordo com a gigante – que no Brasil é fornecedora de marcas como Ariel, Gillette, Pampers, Always, Oral-B, Vick, Head & Shoulders, Old Spice, Downy, Pantene, entre outras – foi criado um sistema de caixas de coleta de embalagens plásticas pós-consumo em mais de 2.000 pontos de venda de uma rede de supermercado local. Além do material coletado, a companhia forneceu também resíduos plásticos recuperados dos oceanos.

 

Para Marc Pritchard, diretor de marca da P&G, “A sustentabilidade está no centro desse esforço, e temos orgulho de trabalhar com a Tóquio 2020 e o COI para demonstrar como os consumidores podem participar na redução do desperdício de plástico. O projeto é um exemplo de como as olimpíadas podem ser um catalisador para inspirar ações que têm um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade”.

 

As organizações estimam ainda que, com a coleta das embalagens de polietileno e polipropileno para a produção de resina reciclada, deixa-se de emitir cerca de 75 gramas de dióxido de carbono para cada peça recolhida e que, com o recolhimento de 1,5 milhão de peças seria possível economizar energia suficiente para iluminar uma casa comum por 112 anos.

 

Antes do início da competição o COI lançou um guia que visa ajudar a comunidade esportiva a lidar com a poluição por plásticos. O guia, intitulado Plastic Game Plan for Sport, foi publicado em colaboração com a ONU e inclui contribuições da World Sailing, órgão regulador do esporte de vela. O documento faz referência às medidas já adotadas nos esportes ao redor do mundo e fornece orientação aos organizadores de eventos sobre a criação de um plano para reduzir o desperdício de material plástico. Após os jogos, o plástico utilizado nos pódios será reciclado novamente para ser reaplicado em novas embalagens dos produtos da P&G ou utilizado para fins educacionais.

 

O grupo responsável pela realização de Tóquio 2020 organizou o evento esportivo para que fosse a olimpíada com o menor impacto ambiental negativo possível. Assim, a competição (que teve de ser postergada em cerca de um ano, devido à pandemia de Covid-19) se concentrou na reciclagem de materiais (plásticos e metálicos) como uma das vertentes em prol da sustentabilidade.

 

Reciclagem de metais

Além disso, em vista do maior índice de sustentabilidade possível dentro dos jogos, a organização também concebeu os símbolos olímpicos e paralímpicos embutidos nos pódios, bem como as tochas olímpicas, usando metais provenientes da reciclagem.

 

Segundo o COI, o dispositivo – que tradicionalmente transporta a chama olímpica da Grécia, passando por diversos países, até o país-sede dos jogos atuais – é feito com cerca de 30% de alumínio reciclado proveniente dos abrigos provisórios pré-fabricados, construídos para alojar sobreviventes do tsunami de 2011, que destruiu cidades japonesas como Fukushima, por exemplo.

 

As medalhas entregues aos atletas foram fabricadas com metais reciclados provenientes de dispositivos eletrônicos descartados de maneira correta, no Japão. A organização do evento recolheu aproximadamente 6,2 milhões de celulares usados e mais de 78 toneladas de outros aparelhos, antigos ou quebrados, como computadores, tablets, monitores, notebooks, câmeras e videogames, por exemplo, os quais geraram cerca de 32 kg de ouro, 3.500 kg de prata e 2.200 kg de bronze.

 

(Fotos: IOC, Tokyo 2020)

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