Adalberto Rezende, da redação.
O aquecimento do ramo de construção civil está contribuindo para a abertura de oportunidades para a área de plásticos. O segmento de construção civil, que atualmente tem à disposição um grande número de produtos e itens feitos em plásticos, cresce com a demanda por reformas de residências que cada vez mais estão sendo adaptadas para a já não tão nova realidade que é o home office. E as possibilidades se estendem também aos projetos de revitalização de salas e estabelecimentos comerciais que visam adaptá-las ao período pós-pandêmico.
Dados positivos sobre o segmento da construção civil foram mostrados no estudo Indicadores imobiliários nacionais – 2º semestre de 2021, coordenado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado pela agência de pesquisa e consultoria Brain – Inteligência estratégica, um trabalho que contou com a participação do Senai.
De acordo com o levantamento, foram lançadas 33.822 unidades residenciais na região Sudeste no segundo trimestre deste ano contra 21.014 unidades lançadas no trimestre anterior. O estudo também apontou que na região Nordeste foram lançadas 11.574 unidades residenciais no mesmo período, frente às 5.087 referentes ao primeiro trimestre de 2021.
Isso é um bom sinal, ainda mais se forem comparados o primeiro e o segundo trimestres do ano passado, em que foram lançadas na região Sudeste, respectivamente, 16.852 e 14.122 unidades residenciais. No mesmo período também houve diminuição do número de unidades residenciais lançadas na região Nordeste, 4.640 contra 3.188.
No que diz respeito ao uso de produtos plásticos na construção civil, o desenvolvimento de itens que atendam às demandas apontadas acima segue no radar de fornecedores e transformadores de polímeros. As vantagens proporcionadas pelos plásticos em relação a outros materiais consistem em um dos fatores que estão chamando cada vez mais a atenção de empresas do ramo. “A área de construção civil já tem afinidade com o plástico e isso pode ser ampliado para outros produtos que podem substituir os tradicionais feitos à base de ferro e/ou cimento, por exemplo”, disse Francielo Fardo, superintendente da Colorfix, fornecedora de masterbatches situada na cidade paranaense de Colombo.
Outros pontos abordados por ele dizem respeito a projetos de produtos que considerem a reciclabilidade dos plásticos e como eles podem ser inseridos na economia circular: “Quando se fala em sustentabilidade, não devemos levar em consideração apenas a reciclagem e o reúso de materiais. Devemos também estar preocupados com a durabilidade do material, os danos causados pela sua extração do meio ambiente e também pela sua industrialização”, concluiu.
Possibilidades para reciclados
As oportunidades trazidas pelo crescimento da construção civil também abrem espaço para a aplicação de plásticos na fabricação de produtos que se aproximem dos conceitos de sustentabilidade.
As possibilidades neste sentido consistem em, por exemplo, uso de matéria-prima obtida a partir de plásticos pós-uso/pós-consumo na fabricação de caixas para tomadas, telhas e coberturas, assim como tubulações para passagem e condução de fios e cabos, e revestimentos para proteção contra umidade e demais intempéries.
Assim, também se mostra conveniente pensar no desenvolvimento de aditivos e cargas que permitam que produtos fabricados a partir de plásticos reciclados obtenham boas propriedades mecânicas, térmicas e químicas. Principalmente se esses agentes forem feitos com material recuperado. Seria uma forma interessante de reaproveitar resíduos e de inserir frentes de trabalho para esse setor na economia circular.
“Cabe a nós mostrarmos ao mercado que existem boas alternativas no setor de transformação do plástico que podem ajudar a construção civil a continuar crescendo com menor custo”, comentou Francielo Fardo.
Imagem: Freepik
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