A norte-americana Milliken, com subsidiária em São Paulo (SP), juntou-se à Global Organization for PHA (ou GO!PHA) para ajudar na busca por soluções para os desafios de desenvolvimento, técnico e de mercado, relacionados aos biopolímeros biodegradáveis da família dos poli(hidroxialcanoatos) (PHA) e o seu uso em embalagens.
Segundo um informativo da Milliken, a empresa trará à GO!PHA sua experiência em química de polímeros para ajudar a melhorar o processamento, desempenho, estética e outras características importantes do PHA com o objetivo de expandir o leque de usos desta família de materiais para mais aplicações de embalagens.
A GO!PHA é uma coalizão de membros da indústria e do meio acadêmico, sem fins lucrativos, que se dedica a promover o desenvolvimento, comercialização e a adoção de polímeros PHA por meio do compartilhamento de conhecimento. Nessa parceria, o papel da Milliken será colaborar com membros da organização para priorizar a resolução de problemas técnicos e explorar maneiras de resolvê-los ao adaptar seus aditivos de alto desempenho já existentes ou ao desenvolver novas tecnologias.
Para Allen Jacoby, vice-presidente sênior de aditivos plásticos da Milliken, “a participação da empresa na GO!PHA vai ao encontro dos nossos objetivos de sustentabilidade corporativa, nos oferecendo uma plataforma colaborativa para enfrentar os desafios do descarte de plásticos nos oceanos e da conservação dos recursos naturais. Substituir materiais tradicionais por polímeros PHA biodegradáveis de base biológica pode fornecer opções de menor impacto para os serviços de alimentação e embalagens flexíveis. Estamos ansiosos para trabalhar com outros membros da GO!PHA em melhorias que podem tornar os PHAs mais atraentes para designers de produtos, indústrias de transformação e consumidores”.
Essas ações corroboram os dados divulgados durante a 16ª Conferência da European Bioplastics, já citada por Plástico Industrial no início de dezembro passado, em que apontam que a produção de bioplásticos deverá mais do que triplicar nos próximos cinco anos.
Rick Passenier, membro do conselho de administração da GO!PHA afirmou ainda que “a experiência da Milliken em aditivos poliméricos e sua capacidade de desenvolvimento agregam um valor elevado aos nossos esforços na otimização das propriedades e processabilidade do PHA e na expansão do uso do material em aplicações de embalagem de uso único”.
Tecnologia para aumentar o uso de plásticos reciclados
Além disso, a norte-americana desenvolveu uma tecnologia que contribui para aumentar o uso de plásticos reciclados. Os modificadores de performance DeltaMax atuam no processo de moldagem por injeção de polipropileno (PP), aplicado em peças que requerem maior resistência ao impacto.
Na opinião de Edmar Nogueira, gerente técnico da Milliken, na prática, os sistemas de produção industrial devem priorizar insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis. “Temos investido em tecnologias que permitem aos transformadores do setor plástico utilizar uma resina 100% reciclada, desde que a matéria-prima tenha baixo grau de contaminantes, ou aumentar o teor de resina reciclada em misturas típicas com resina virgem”, disse.
A linha completa de modificadores de performance é voltada para convertedores de PP copolímero de impacto, e principalmente PP reciclado. É uma linha de produtos multiuso, que pode ser utilizada em diversas aplicações.
Ainda segundo Nogueira, a aplicação do DeltaMax promove balanço entre resistência e processabilidade da resina, gerando ganhos operacionais, financeiros e em sustentabilidade. “É destinado a transformadores que queiram otimizar a resistência ao impacto da resina, para gerar peças acabadas mais robustas, sem ter de sacrificar o índice de fluidez, e nem perder processabilidade”, concluiu.
A melhora na processabilidade, viabilizada pelo aumento do índice de fluidez da resina, se reverte em ganhos de ciclo operacional, uma vez que o transformador produz mais peças em um mesmo período e, consequentemente, consome menos energia. A possibilidade de aumento do percentual de reciclado em misturas também proporciona ganhos financeiros, uma vez que a matéria-prima recuperada tem custo menor.
Testes realizados pela Milliken registraram reduções do ciclo operacional na ordem de 10% a 15%, dependendo da aplicação, e economia de energia na mesma faixa. Como consequência, a redução na emissão de CO2 teve queda média de 10%.
(Fotos: Milliken)
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