O Instituto Tecnológico del Plástico (Aimplas), sediado na Espanha, completou o quarto, e último ano, do Projeto RepescaPlas, que permitiu o desenvolvimento de um sistema completo de gestão de resíduos plásticos recuperados do mar e sua posterior reciclagem para fabricação de produtos de valor comercial e, além disso, instalou móveis à beira mar que foram fabricados utilizando plástico reciclado.

 

De acordo com o instituto, o projeto RepescaPlas cumpriu o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o lixo marinho, bem como sua localização e diferentes tipos, a fim de criar uma estratégia de pesca passiva e um sistema de gestão para este lixo graças à cooperação da indústria pesqueira.

 

O sistema começa com a recuperação de resíduos durante os dias de pesca comum de cada embarcação (pesca passiva de resíduos) os quais são armazenados temporariamente em contêineres no porto após serem pesados e rotulados. A seguir, são classificados por tipo e amostras são retiradas de acordo com método específico. Em laboratório, o conteúdo é então classificado por tipo de material, processo que mostrou que a maioria dos resíduos é composta por materiais como polietileno de baixa densidade (PEBD), poli(tereftalato de etileno) (PET) e poliamida. Por fim, o material plástico é triturado, lavado e seco em uma usina para sua reaplicação por meio de reciclagem mecânica ou química.

 

Segundo Sonia Albein, investigadora principal do projeto e líder do Grupo de Reciclagem Mecânica do Aimplas, “Um dos objetivos específicos do quarto ano foi focar na criação de um sistema de gestão monitorado para ajudar a garantir que os resíduos recuperados do mar possam ser tratados industrialmente”. Graças à colaboração com a central de triagem E. Niño de Arganda del Rey (Madrid, Espanha), equipada com equipamento de triagem por infravermelho, foi possível recuperar o material plástico por meio de reciclagem mecânica com um índice de qualidade que permitiu que o material fosse utilizado para fabricar novos produtos de nível industrial.

 

O projeto desenvolveu três aplicações de demonstração usando esse sistema de reciclagem (uma lixeira, prancheta e vaso de flores) além de combustível, que pode ser usado por embarcações, como resultado da reciclagem química usando o processo de pirólise.

 

Além disso, o Aimplas também concluiu outro projeto de recuperação de redes de pesca, em fim de vida, e outros lixos marinhos voltados à fabricação de móveis feitos de plástico 100% reciclado.

 

 

Essa frente de atuação da entidade, que contou com financiamento do CaixaBank e da Fundação Bancaja, viabilizou a fabricação de novas peças de mobiliário, com destaque para um banco de seis metros de comprimento, de 840 kg, feito totalmente de plástico reciclado, com 15% da sua massa proveniente da recuperação de redes de pesca e outros resíduos marinhos.

 

O item, que possui placas de chapas plásticas dispostas de maneira a emular o movimento de ondas, foi montado nas instalações da Innsomnia, empresa aceleradora de startups localizada na Marina de Valência, em evento realizado em dezembro passado.

(Fotos: Aimplas)


 

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