Os fabricantes de bioplásticos estão ganhando escala e deverão contribuir para que esta indústria cresça a uma taxa anual composta (CAGR) de 10,1% nos próximos dez anos, de acordo com um levantamento feito pela norte-americana IDTechEx.
O relatório aponta que os fabricantes são motivados pelo crescente interesse das grandes proprietárias de marcas (brand owners) em utilizar este insumo com o objetivo de cumprir os compromissos de descarbonização e metas de ESG. Outros gatilhos para o aumento do consumo são a demanda do consumidor por produtos mais sustentáveis e as leis de proibição de plásticos de uso único à base de materiais fósseis. São avaliadas ainda as principais tecnologias emergentes e as opções ao final da vida útil, assim como aplicações e oportunidades de mercado.
A demanda cresce
Mesmo diante das pressões pela sua redução, o consumo global de plásticos dobrará até 2050. Para mitigar o impacto no meio ambiente e nas mudanças climáticas, a indústria está em transição para uma economia circular. No entanto, mesmo que todo o plástico produzido anualmente fosse 100% reciclado, ainda haveria necessidade de matéria-prima virgem para atender ao crescente consumo. Surge daí a oportunidade de aumento de utilização dos bioplásticos, que são sintetizados a partir de matérias-primas de base biológica. Por esta razão eles têm uma pegada de carbono mais baixa e são uma alternativa aos plásticos de base fóssil.
Muitas empresas estão começando a superar o gargalo da escala comercial e, à medida que a tecnologia se desenvolve, os bioplásticos estão sendo produzidos a custos mais baixos. Além disso, os consumidores estão mais dispostos agora a pagar por produtos com apelo de sustentabilidade. Já a possibilidade de processar os bioplásticos nas mesmas instalações usadas para os materiais convencionais, com as propriedades do produto final permanecendo inalteradas, é um atrativo que conquista os transformadores.
Desafios para os bioplásticos
O relatório da IDTechEx explora o grau de maturidade tecnológica (figura ao lado) do mercado de bioplásticos e estabelece previsões para os próximos 10 anos, fazendo, porém, algumas ponderações quanto aos desafios a serem superados. Para ser verdadeiramente sustentável e fazer parte da economia circular, eles devem ser projetados tendo em vista a destinação correta ao final de sua vida útil. Por exemplo, o PLA, o material plástico 100% de base biológica mais amplamente produzido, pode ser compostado industrialmente, mas não agrega valor ao composto e, portanto, há poucos compradores para ele na indústria. Além disso, a sua reciclagem requer infraestrutura dedicada e de alto custo, fazendo com que a maior parte do material siga para aterros convencionais.
Outra questão é que os maiores grupos de plásticos commodities, PP e PE, permanecem sem um substituto potencial em bioplásticos, e os tipos desenvolvidos mais recentemente ainda estão em escala de demonstração ou piloto.
O estudo completo “Bioplásticos 2023-2033: tecnologia, mercado, players e previsões” pode ser adquirido aqui.
Imagem: IDTechEx
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