Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que o consumo de energia elétrica no País cresceu 68.095 megawatts no primeiro trimestre de 2022, alta de 0,9% em relação ao mesmo período de 2021. Embora a indústria consuma muito, ela também desperdiça bastante, por diversos motivos, incluindo a pouca atenção aos recursos hoje disponíveis para o gerenciamento eficiente do uso da energia. Isso é especialmente válido no caso da indústria de transformação de plásticos, cujos processos térmicos demandam o uso intensivo deste insumo.
“Sessenta por cento do consumo da indústria está na força motriz e, muitas vezes, perde-se dinheiro devido ao dimensionamento incorreto dos motores e das instalações inadequadas”, comentou Felipe Martins, promotor técnico da Siemens, desenvolvedora de minidisjuntores, em evento recente promovido pelas empresas curitibanas Engerey Painéis Elétricos e Reymaster Matérias Elétricos, ambas com foco no setor elétrico.
O mercado já oferece soluções tecnológicas que ajudam a baratear a conta de luz e a identificar onde estão os pontos nevrálgicos do desperdício de energia. Alguns deles foram discutidos no evento e são apresentados a seguir.
Banco de capacitores
Durante o evento, a Engerey, fabricante de painéis elétricos - como células modulares de média tensão e quadros gerais de baixa tensão -, apresentou detalhes sobre o banco de capacitores, fundamental nas indústrias, e que tem como função corrigir o fator de potência e possíveis oscilações elétricas em máquinas e equipamentos, resultando em uma conta de energia compatível com os gastos e sem sobrecarga do sistema elétrico.
Um dos exemplos citados no evento comprova a eficiência da solução: uma indústria que pagava multa de R$ 3.500,00 por exceder o limite de consumo de energia reativa (aquela que produz os fluxos magnéticos que um motor indutivo precisa para manter o equipamento “on”) fez a instalação do painel, o que custou cerca de R$ 24 mil, mas obteve retorno do investimento em seis meses. “Hoje, muitas empresas acabam pagando a mais na conta de energia sem realmente estarem usando. A correção por meio do banco de capacitor traz economia e eficiência”, destacou o consultor técnico da Engerey, Reynaldo Carraro Gabardo.
Inversores de frequência
Também foram avaliados no evento os inversores de frequência, equipamentos amplamente utilizados na indústria de pequeno, médio e grande porte. Eles têm a função de proporcionar controle otimizado e avançado dos diversos tipos de motores. “O inversor de frequência é uma das soluções para a economia de energia, que pode aumentar a vida útil dos motores e promover a redução de até 60% do consumo por meio do controle avançado de motores, por exemplo. Existem alguns tipos de inversores já preparados para a indústria 4.0, que podem ser conectados e controlados facilidade”, comentou Felipe Martins. Dentre as soluções apresentadas, existe o painel de operação smart access, que se conecta a dispositivos móveis sem fio (wireless) e permite a parametrização de velocidade em uma interface web simples e intuitiva.
A utilização do soft starter apresentado pela Siemens é outro caminho para indústrias que buscam economia. O dispositivo controla as tensões na partida dos motores, modulando a aceleração e desaceleração. Isso amplia a vida útil dos motores, já que reduz o gasto de energia ao mesmo tempo que consegue fazer uma limitação da corrente de partida, evitando picos e protegendo todo o sistema.
Iluminação conectada
Outra solução capaz de reduzir a conta de luz da indústria é o uso de iluminação inteligente, o que inclui lâmpadas e luminárias conectadas via wireless. A novidade que funciona especialmente bem para pequenas e médias empresas (com até 200 pontos de luz) é um lançamento da Philips: a linha Interact Pro coleta informações e permite o uso de comandos automáticos com sensores integrados. A linha é conectada com sensores de presença e de luminosidade, que diminuem a intensidade da iluminação ou a desligam automaticamente quando não é necessária.
Também foram apresentadas as soluções em refletores solares com controle remoto, que possuem sensores de presença. Quando detectam a presença de pessoas, os produtos funcionam com 100% de sua luminosidade, e sem a presença, com apenas 30%. São automáticas e recebem comandos a cinco metros de distância via controle remoto.
O evento realizado em Curitiba foi aberto para clientes e colaboradores. A ideia, conforme os seus gestores, foi a de compartilhar as novas tendências de mercado. “Eventos como estes são importantes, pois permitem a apresentação de novas soluções ao mercado. A Reymaster e a Engerey oferecem suporte técnico para acompanhar a implementação das soluções e medir os resultados”, afirmou Marco Stoppa, diretor da Reymaster.
Foto: Shutterstock
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