Adalberto Rezende, da redação

 

 

O poli(metacrilato de metila) (PMMA), também conhecido como acrílico, é um polímero muito utilizado na produção de luminosos e itens de sinalização que têm como função, por exemplo, mostrar a logomarca de estabelecimentos comerciais, bancos ou supermercados, assim como facilitar a identificação de locais de acesso e/ou de áreas de segurança.

 

 

Itens desse tipo podem ser fabricados a partir de chapas feitas com poli(metacrilato de metila) virgem ou oriundo da reciclagem de chapas e peças que serão substituídas. A reciclagem de chapas de PMMA é feita a partir da fundição delas, para que o material fundido seja convertido novamente em matéria-prima para a produção de novas chapas, chamadas a partir daí de “chapas Cast”.

 

Uma das apostas da indústria de produtos confeccionados com PMMA é a reciclagem de chapas coloridas (foto) e “cristal”, um mercado que abre caminho para oportunidades para o setor de plásticos.

 

João Orlando Vian, consultor executivo do Instituto Latino-Americano do Acrílico (ILAC) – antes chamado de INDAC – Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Acrílico –, em entrevista concedida à Plástico Industrial, comentou sobre este e outros assuntos relacionados ao segmento.

 

De acordo com o executivo, os principais segmentos consumidores de luminosos, displays e itens para sinalização feitos de PMMA são empresas que gerenciam agências bancárias, lojas, redes de fornecimento de alimentos e o médico-hospitalar, principalmente em se tratando da demanda por incubadoras, barreiras de proteção e equipamentos. 

 

João comentou que há muitas aplicações possíveis de chapas de PMMA fabricadas a partir de material reciclado. Ele explicou que as chapas recicladas, as quais ele prefere chamar de “chapas ecológicas”, podem ser utilizadas na fabricação de “displays projetados para partes internas como, por exemplo, áreas onde estão instalados caixas eletrônicos, itens para divulgação de produtos em pontos de venda, balcões para estabelecimentos comerciais e as próprias barreiras de proteção, que foram muito consumidas no auge da pandemia de Covid-19”. No entanto, ele salientou que é preciso  atentar para as propriedades do material reciclado.

 

 

 

Uso de PMMA reciclado em partes externas

 

As chapas feitas de poli(metacrilato de metila) reciclado apresentam metade do peso de suas equivalentes fabricadas com resina virgem, de acordo com João, o que é uma vantagem. Entretanto, não é recomendado o uso delas na fabricação de produtos/itens que serão expostos diretamente à radiação ultravioleta (UV) devido à sua menor resistência a este tipo de intempérie.


O consultor comentou que “isso acontece no mercado, no caso de empresas que querem economizar e/ou que demandem produtos que ficarão temporariamente expostos à radiação UV, como é feito em mudanças de campanhas publicitárias, o que pode levar à substituição de luminosos que mostram a logomarca, por exemplo”. Nestes casos, de acordo com ele, é recomendado o uso de chapas coloridas, pois mesmo as obtidas a partir de material reciclado têm mais resistência às intempéries do que as feitas com PMMA virgem.


 

Outros cuidados devem ser tomados com os produtos feitos de material reciclado no que diz respeito à higienização dos luminosos, displays, entre outros. João comentou que o PMMA reciclado pode perder facilmente sua transparência se for posto em contato com produtos de limpeza que apresentam grande concentração de amoníaco, e álcool em gel.


 

E não é só isso, o PMMA reciclado também pode “ficar quebradiço, porque sua estrutura química passa por degradação se for exposto à ação de agentes limpantes e/ou solventes em geral, que são prejudiciais ao acrílico ecológico”, comentou João. Ele disse ainda que “água e sabão devem ser usados para a limpeza do acrílico ecológico e do virgem, também. Ou usar produtos para polimento de madeira ou de carroceira de veículos”.



 

 

“O setor precisa de mais capacitação”

 

A alta demanda por capacitação para profissionais do setor de PMMA foi um dos assuntos abordados por João Vian. Conforme ele comentou, “tem que ter união nessa indústria. Ainda percebemos que muitas empresas da área não têm o conhecimento necessário para, por exemplo, gerir seus negócios em acrílico. Por isso, vamos continuar promovendo cursos para a área. O setor precisa de mais capacitação”.

 

O ILAC promove os cursos “Cose di Acrilico – Processamento de chapas acrílicas” e “Empreender em acrílico”, os quais têm novas edições programadas para acontecer de 6 a 8 de março, em Santana de Parnaíba (SP), e 8 a 10 de maio, em Jaraguá do Sul (SC), respectivamente. 


 

Ainda segundo o consultor, “também pretendemos aumentar a cooperação entre companhias do segmento do acrílico na América-Latina, visando à união e, consequentemente, à formação de mais parcerias, tendo como um dos objetivos fortalecer esta indústria e a economia circular no Brasil”.


 

Mais informações podem ser obtidas no site do ILAC.


 

 

Imagens: ILAC/João Orlando Vian


 

 

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#ILAC #PMMA #Reciclagem #PlásticoIndustrial



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