Hellen Souza, da redação
O combate ao furto das grelhas que tampam os bueiros na Cidade de São Paulo recebeu recentemente um novo aliado: o polietileno (PE) rotomoldado. O material está sendo usado em substituição ao ferro fundido na fabricação desses itens bastante cobiçados por ladrões e negociados de forma clandestina em estabelecimentos que comercializam sucata metálica.
Combater este crime é um dos desafios de zeladoria da cidade, e levou a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) a substituir as grelhas de metal por itens similares fabricadas em PE rotomoldado, igualmente eficientes no que se refere à drenagem e ao bloqueio à passagem de lixo para as galerias pluviais. Projetadas para suportar cargas de até 8 toneladas sem sofrer deformações, as grelhas rotomoldadas apresentam alongamento de 1.000% até a ruptura (ASTM B638) e são isentas de tensões internas, fenômeno típico dos itens maciços fabricados por injeção.
Sistema antifurto e controle de custos
As novas grelhas de plástico são fornecidas à Prefeitura de São Paulo em um kit para instalação (foto ao lado) contendo, além da grelha, quatro chumbadores mecânicos (parabolts), arruela porca e a porca antifurto. Uma trava de segurança na parte inferior da grelha é fixada no chão, geralmente aplicada no cimento fresco. Na parte superior, por onde a equipe de zeladoria tem acesso para executar a manutenção, cada parabolt recebe duas porcas, sendo uma tradicional e a outra no mesmo material das grelhas antifurto. Só é possível removê-la com a chave especialmente desenvolvida para este fim.
Para evitar custos extras para a Prefeitura, o Departamento de Zeladoria Urbana (DZU), programou a substituição de forma progressiva. Cerca de 1.800 grelhas já foram substituídas, todas para reposição das anteriores que haviam sido furtadas. A substituição não onera significativamente os cofres públicos, sobretudo se considerados os benefícios que representa ao evitar a ocorrência dos furtos, que também têm sido combatidos por meio de fiscalização junto aos ferros-velhos, executada pelas 32 subprefeituras da cidade. Em alguns bairros, as grelhas de ferro eram trocadas semanalmente devido aos furtos.
Enquanto as grelhas de metal custam, em média, R $500, as de PE saem por R $520. A troca das grelhas tem sido feita por equipes da Zeladoria Urbana (foto ao lado), sem a necessidade de contratação de terceiros, o que também representa economia.
De acordo com a SMSUB, ainda não é possível mensurar a vida útil das grelhas de plástico em uso, mas a primeira delas, implantada para teste há mais de quatro anos, ainda está em perfeito estado.
Fotos: SMSUB/PMSP
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