Hellen Souza, da redação
A perspectiva de expansão do uso do método construtivo light steel frame (LSR), baseado no uso de estruturas metálicas, levou a Barbieri do Brasil, (Almirante Tamandaré, PR) a investir no desenvolvimento conjunto e na aquisição de uma linha conformadora a frio para perfis metálicos com 23 metros de comprimento (foto ao lado)
Denominado CB6, o conjunto conformador é composto por desbobinadeira, linha de corte longitudinal (slitter), uma puncionadeira para montantes e perfiladeira de rolos. O desenvolvimento foi feito junto a um fornecedor nacional de máquinas, de forma customizada para as necessidades da Barbieri.
Primeiro modelo específico da empresa para o trabalho com os perfis para LSF, o equipamento é resultado de dois anos de desenvolvimento conjunto envolvendo o dimensionamento do motor, rolamentos, ferramental e recursos que garantam velocidade e possibilidade de programação para contemplar as variações de espessura necessárias para os perfis.
“A CB6 foi concebida para atender a projetos customizados com uma velocidade de corte de 60 metros por minuto, o que a torna a mais rápida em operação no mercado brasileiro. Podemos adaptá-la aos tamanhos de perfis em steel frame específicos de cada projeto e cortá-los de forma personalizada em espessuras de até 2,5mm”, explicou Nicolás Hugo Paoloni (foto), gerente industrial da Barbieri do Brasil, acrescentando que o único fator limitador para o comprimento dos perfis será o meio de transporte a ser utilizado para levá-los ao local de instalação.
O primeiro projeto recebido para a CB6 é da organização não governamental (ONG) Teto Brasil, para a construção da primeira casa em LSF em uma comunidade brasileira, que será realizada em Araucária, próximo à planta fabril da Barbieri do Brasil, ainda este mês. “Com esse equipamento, a companhia poderá atender tanto o mercado nacional como internacional. Já temos pedidos de exportação para a Bolívia, Cuba e o Uruguai”, comentou Paoloni.
O gerente avalia que o mercado brasileiro ainda é muito pouco explorado, e que a taxa per capita de utilização de estruturas construtivas do tipo steel frame é muito inferior à de países como Argentina e Chile. A disseminação do uso dessas estruturas, no seu entender, passa pela capacitação da mão de obra, sobretudo para a montagem, que é diferente do dry wall, bastante difundido na construção brasileira. O desafio cultural , no entanto, começa a ser vencido pela parceria com a ONG Teto Brasil, e por uma segunda iniciativa que será executada na cidade de Osasco (SP). “Trata-se de uma solução atrativa para ONGs e para a solução de problemas de moradia em comunidades, por exemplo, dada a simplicidade de montagem, o custo e tempo de execução favoráveis, além do conforto térmico e acústico que a técnica proporciona aos imóveis”, finalizou.
Fotos: Barbieri
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